Pão de Açúcar inova com frete compartilhado

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Nos Estados Unidos, o Walmart também transportará mercadorias de seus fabricantes

 

Nos últimos anos, o grupo Pão de Açúcar tem demonstrado ao mercado seu apetite por aquisições. Junto com a vocação de colecionar empresas, nada impede a companhia de enxergar oportunidades em criar unidades de negócios internamente, aproveitando sua escala de negócios. Foi assim, por exemplo, com a GPA Mall & Properties, braço imobiliário. Agora é a vez de a logística atrair os olhares do grupo. Atualmente, 1,35 mil caminhões de 153 transportadoras prestam serviços com exclusividade ao Pão de Açúcar. A ideia é esta frota também se encarregar de transportar as mercadorias dos fabricantes até a varejista nos horários em que ficaria ociosa. “Temos condições de cobrar do fornecedor um frete menor do que ele pagaria nomercado”, diz Carlos Eduardo Botana, gerente geral de distribuição do Pão de Açúcar. “É comum um caminhão fazer sua entrega e voltar vazio para ser carregado novamente.

 


Em vez de retornar sem mercadoria, ele pode passar em outro fornecedor e voltar abastecido”, diz o executivo. Levantamento feito pelo Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos) revela que no Brasil os caminhões circulam 30% do tempo vazios ou com espaços livres. “Uma empresa consegue economizar até 8% no total gasto com transporte se realizar uma gestão eficiente como, por exemplo, compartilhar a frota com outras companhias”, afirma Maria Fernanda Hijjar, diretora de inteligência de mercado do Ilos. De um total de 1,8 mil fornecedores, o estudo comandado por Botana concluiu ser rentável vender frete a 180 fabricantes. “Esta é a quantidade de indústrias que estão nas rotas já feitas por nossos caminhões.” Ele acrescenta que a empresa está trabalhando com 32 fornecedores para o compartilhamento do frete e tem condições de vender este serviço aomercado. Ainda sem nome, a nova empresa, chamada por Botana de “filial transportadora”, deve sair do papel neste segundo semestre. A aquisição de uma frota própria de caminhões está sendo avaliada, bem como uma possível utilização de veículos da Casas Bahia, cuja negociação de fusão com o Pão de Açúcar continua em andamento. “Existe a possibilidade de comprarmos caminhões ou de fazermos uma sinergia com os veículos da Bahia, mas ainda não há nada certo. Esta é uma questão estratégica do grupo”, diz o executivo.

 


A Casas Bahia é uma exceção entre as grandes varejistas brasileiras. Enquanto amaioria prefere trabalhar comfrota terceirizada, a rede dos Klein mantém 3,5 mil veículos próprios para transportar mercadorias. “O transporte colaborativo, ou seja, quando as empresas cooperam entre si para melhorar sua eficiência logística, é uma tendência”, diz Maria Fernanda, do Ilos. Nos Estados Unidos, a rede Walmart vai usar a mesma estratégia, segundo a Bloomberg BusinessWeek. Dono de 6,5 mil caminhões e 55 mil reboques, o varejista está conversando com seus fornecedores para assumir a entrega dos produtos em troca de redução nos preços pagos por eles.

 


CIRCULAÇÃO

1,3 mil caminhões de 153 diferentes transportadoras fazem as entregas do grupo Pão de Açúcar, cuja operação logística abrange 16 estados.

TRANSPORTE

55 mil reboques e 6,5 mil caminhões compõem a frota própria do Walmart, nos Estados Unidos. No Brasil, a varejista terceiriza o transporte.

FROTA

3,5 mil veículos próprios cuidam das entregas da Casas Bahia que, desde dezembro do ano passado, negocia fusão com o grupo Pão de Açúcar.

ATACADO

936 veículos próprios e outros 560 terceirizados são responsáveis pelas entregas do Martins, maior atacadista de distribuição do Brasil.

 


Veículo: Brasil Econômico


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