Mais marcas têm vez no mercado de sorvetes

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Este ano, consumo no país deve chegar a 1 bilhão de litros

 

Há dez anos, se um consumidor fosse a uma padaria comprar um picolé, encontraria sorvetes da Nestlé ou da Kibon, da Unilever. Hoje, se sair de casa com a mesma missão, além das duas marcas, ele poderá encontrar um novo universo de marcas, como Dileto, Jundiá, Creme Mel, Oggi, Tarumã, Melona e muitos outros. "Continuamos com 10 mil fabricantes, o mesmo número de dez anos atrás. Mas antes eles eram pequenos e inexpressivos. Com os tempo, cresceram e ganharam expressividade nacional", diz Eduardo Weisberg, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Sorvetes (Abis).

 

É o caso da Dileto, que há um ano e meio chegava a menos de 20 pontos de venda e agora está presente em 400, em 11 Estados. "Faturamos R$ 1,2 milhão no ano passado, mas este ano devemos chegar a R$ 10 milhões", diz Leandro Scabin, que fundou a empresa em 2007, ao reeditar o negócio que o avô, Vittorio Scabin, tinha na Itália nos anos 40.

 

No ano passado, Scabin agregou dois sócios ao negócio: Fábio Meneghini, publicitário da WMcCann, e o ex-sócio do Banco Pactual Fábio Pinheiro. "Meneghini é o responsável pelas embalagens e por toda comunicação visual da marca, desde as geladeiras até os quiosques que estamos colocando em shoppings agora", diz Scabin, que tem planos de franquiar as sorveterias. Pinheiro, por sua vez, ficou responsável pela parte financeira do negócio.

 

"Estamos implementando na Dileto conceitos de governança como transparência, formalismo fiscal e trabalhista e de sustentabilidade que só empresas mais maduras tem e isso se reflete nos resultados do negócio", diz o ex-banqueiro. A Dileto, segundo ele, conquista de 30 a 40 novos pontos de venda todo mês, por meio de quiosques ou com suas geladeiras.

 

Para atingir a meta traçada para este ano - chegar a 800 pontos de venda - a empresa desenvolveu novos modelos de freezers. "Há o padrão, de 62 caixas (com 12 picolés cada) e também o menor, com capacidade para 30. Mas a novidade é o mini, para 15 caixas, que pode ser colocado em cima do balcão", afirma Pinheiro.

 

Outra empresa que começou regionalmente e agora já tem expressão nacional é a goiana Creme Mel. Fundada em 1987 por Antonio Santos, a marca chega hoje a dez Estados, incluindo São Paulo. "Nossa meta é chegar a outros, mas primeiro queremos melhorar nossa atuação nos território em que já atuamos", diz Santos, que no ano passado investiu R$ 10 milhões para aumentar a capacidade de produção de sua fábrica em Goiânia e aumentar sua frota, que hoje conta com 110 caminhões, sendo 50 refrigerados. A fábrica, que tem 570 funcionários, passou de um volume diário de produção de 22 mil picolés para 32 mil este ano.

 

Assim como a paulista Jundiá, o segredo da Creme Mel é o preço mais baixo que as tradicionais Nestlé e Kibon. Com essa política, a Jundiá cresceu 30% em volume no ano passado e agora está investindo R$ 10 milhões em uma nova fábrica para triplicar a capacidade da unidade de Itupeva, hoje de 1 milhão de litros por mês.

 

"As empresas menores estão ganhando expressão nacional porque o mercado está crescendo. Há espaço para todos. O brasileiro ainda toma pouco sorvete", diz Weisberg, da Abis. Segundo a entidade, o consumo per capita no país vem crescendo. Subiu 28,7%, de 4 litros para 5,2 litros por ano entre 2002 e 2009. "Mesmo assim, esse consumo continua baixo. Na Argentina, por exemplo, são 9 litros per capita ao ano", diz Weisberg. A espectativa para 2010 é que sejam consumidos no país mais de 1 bilhão de litros. No ano passado, foram 995 milhões de litros, 39% mais que em 2008.
 


Veículo: Valor Econômico


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