Baggio Coffees muda de nome e foca mercado interno

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A Baggio Coffees aposta nos cafés aromatizados para aumentar entre 5% e 8% o seu faturamento total, no próximo ano. Além disso, o grupo está em processo de ampliação da torrefação e espera, até o fim de 2010, crescer mais de 50%. Segundo Liana Baggio Ometto, diretora comercial, a empresa fará, em breve, uma adaptação para Baggio Café. Perguntada pelo DCI de quanto era o lucro total do grupo, Liana Ometto preferiu não revelar tais informações sobre a Baggio.

 

Hoje, os cafés especiais representam cerca de 15% do faturamento da Baggio, enquanto no ano anterior era de aproximadamente 10%. Para Liana, o brasileiro passa por uma mudança de hábito e prefere o café especial ao café comum. Por isso, o objetivo da empresa, que atribui a mudança a um aumento e a melhor distribuição de renda no País, é acompanhar essa transição de comportamento. "No fim de 2006, em novembro, iniciamos a torrefação do café gourmet. O resultado foi muito bom, já que em 2009 constatamos um crescimento de 300%", afirmou.

 

Ainda segundo a diretora, o aumento de consumo do grão especial passou para 15% no último ano, quando comparado a 2008; enquanto o de café normal saltou de 4,7%, também em 2009, ante 2008. De acordo com uma pesquisa da Associação Brasileira da Indústria e Café (Abic), de janeiro, o consumo de café aumentou 6,6% em sete anos no Brasil - crescimento de 170% no desempenho. O estudo aponta ainda que o conhecimento da população sobre cafés gourmet é baixo, embora o brasileiro já consiga reconhecer o café de qualidade.

 

Outro motivo para se voltar ao mercado interno é o fato de as exportações, no momento, não corresponderem às expectativas do grupo. "O câmbio está ruim e não vinha compensando para a empresa. Não vamos deixar de exportar, mas vamos dar mais atenção ao consumo interno", disse.

 

Atualmente, a família Ometto produz cerca de 22 mil sacas de café por ano em 600 hectares localizados na Alta Mogiana e no sul de Minas Gerais. Destes, aproximadamente, 500 são de grãos arábica e Bourbon amarelo.

 

"A produção de grãos nobres ainda é pequena em nossas propriedades, mas vem aumentando ano a ano devido à crescente procura do mercado", afirma.

 

E completou: "Já há 500 sacas da variedade do Bourbon amarelo plantadas em Minas. A estimativa é aumentar, em dois anos, mais 400 sacas, um percentual de 80%", arriscou Liana Baggio, que, por enquanto, não tem estimativas de aumento de área nos próximos anos.

 

Em 2009, o grupo conseguiu exportar cerca de 77 mil quilos de café verde; enquanto, neste ano, foram embarcados mais ou menos 19 mil quilos da mesma variedade, até agora. "Temos acordado com a Austrália, entre junho e julho, 500 quilos para serem enviados", afirmou.

 

Produtos

 

Liana Baggio Ometto, que mora na Fazenda Palmeiras - em Araras, no interior de São Paulo -, é da quarta geração da família, que tem quase 130 anos de experiência no cultivo de café. A diretora conta que o bisavô dela, seu Salvattore, "veio [da Itália para o Brasil] apenas com a esperança e a vontade de trabalhar". A história da família italiana, no Brasil, se deu em 1886, quando começou a produção de café nos Estados de São Paulo, Paraná e Minas Gerais. Recentemente, o grupo faturou prêmios importantes no setor, como o World Packaging Organisation (WPO), em 2008, de embalagem não alcoólicas; e o prêmio de design em embalagens da Associação Brasileira de Embalagem (Abre). Liana conta que, na oportunidade, a Baggio concorreu com empresas de peso, como a Nestlé, por exemplo.

 

Com a entrada oficial do inverno, no dia 21 deste mês, a Baggio investe em cafés especiais e apresenta ao mercado produtos, como: o Baggio Bourbon, que é produzido com grãos do sul de Minas Gerais e de origem 100% de arábica da variedade Bourbon amarelo. E produtos com sabores (cafés aromatizados), da linha Baggio Aromas, como o chocolate com menta; Amaretto; caramelo; limão e açaí. Sobre os produtos, Liana diz que: "Os cafés aromatizados são suaves e proporcionam uma sensação única, durante e após a degustação".

 

A Baggio Coffees volta-se ao mercado interno e aposta nos cafés aromatizados para aumentar 8% o seu faturamento total em 2011. O grupo também investe em torrefação.

 


Veículo: DCI


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