Barco vai oferecer cerca de 300 produtos da marca para a população ribeirinha da Amazônia
Flutuar para conquistar novos clientes. A ideia foi adotada primeiro pelo Bradesco, que criou no ano passado uma agência fluvial. A Caixa Econômica Federal já abriu licitação para contratar um barco. E ontem, a Nestlé, maior empresa de alimentos do mundo, inaugurou um "supermercado flutuante" para atender as comunidades ribeirinhas da Amazônia. Um barco todo envelopado com a logomarca da companhia deixou o porto de Belém com destino a outras 18 cidades do Pará. Nas prateleiras, apenas produtos Nestlé - de papinha para criança e sorvetes até ração para cachorro.
A empresa investiu cerca de R$ 1 milhão nesse projeto e espera que cerca de 800 mil pessoas por mês passem pelo "supermercado". O barco vai navegar pelo Rio Pará passando por 18 cidades diferentes. Ele vai ficar parado um dia em cada uma delas.
A iniciativa faz parte do programa "Nestlé até você" e tem como objetivo atingir um público de classes C, D e E. "Queremos entender e ter mais contato com o consumidor de baixa renda, com produtos diversificados e canais diferentes de venda", disse Alexandre Costa, diretor de regionalização da Nestlé Brasil.
Os ribeirinhos também atraíram os bancos. Essa população passou a ser alvo desde o ano passado de projetos de inclusão bancária. O Bradesco iniciou no ano passado a operação da primeira agência flutuante. No trajeto de 1,6 mil quilômetros pelo Rio Solimões, o barco passa por 11 municípios que abrigam cerca de 50 comunidades ribeirinhas, com população de 210 mil pessoas. A Caixa Econômica está contratando um barco para fazer o mesmo.
Baixa renda. Desde 2001, a Nestlé vem desenvolvendo medidas voltadas para as classes C, D e E, que representam 82% do consumo de alimentos no Brasil. A regionalização é uma delas. Mas a iniciativa mais emblemática da empresa nesse sentido começou em 2006, com a venda porta a porta, por meio de um projeto de inclusão social e de geração de renda. A Nestlé seleciona as vendedoras em regiões carentes, capacita essas pessoas e faz com que elas ajudem a empresa a chegar até esse público.
A companhia investe cerca de R$ 40 milhões em projetos sociais. No ano passado, a multinacional teve um faturamento de R$ 16,5 bilhões, com 30 fábricas espalhadas pelo País. A empresa faz planos de investir cerca de R$ 1 bilhão no Brasil neste ano.
Veículo: O Estado de S.Paulo