Nestlé lança mercado flutuante na Amazônia

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Barca própria vai levar produtos da marca a regiões em que o varejo ainda é fraco

 

A Nestlé vai começar a navegar uma balsa-supermercado por dois afluentes do rio Amazonas a partir de hoje, como estratégia de competição com a Unilever para atingir consumidores de mercados emergentes sem acesso a produtos demarca. A maior empresa mundial de alimentos vai enviar um barco com 100 metros quadrados de área de supermercado para 18 pequenas cidades e 800 mil potenciais consumidores pelos rios Pará e Xingu. Depois disso, a viagem recomeça. A embarcação vai carregar 300 tipos de produtos, incluindo chocolates, iogurtes, sorvetes e sucos. “A distribuição direta dá a eles uma vantagem competitiva em relação a rivais regionais que não têm os recursos para fazer esse tipo de coisa,” disse James Targett, analista da Consumer Equity Research em Londres.

 

A Nestlé espera que até 1 bilhão de pessoas em mercados emergentes saiam da pobreza e sejam capazes de pagar pelos produtos da empresa na próxima década. A fabricante de alimentos adaptou seus produtos a essas regiões, oferecendo versões menores e mais baratas de alguns de seus principais artigos, como o sorvete Alpino e o leite em pó Ninho. A distribuição direta foi escolhida para tornar os produtos mais acessíveis a compradores de baixa renda. A Unilever também está montando uma rede de distribuição por favelas brasileiras. “A Unilever é muito forte no Brasil, está no País hámuito tempo e está acostumada a conseguir os clientes mais pobres em áreas rurais,” disse James Amoroso, consultor da indústria de alimentos em Walchwil, Suíça.

 


“Obviamente é mais caro para uma empresa se estabelecer num local antes de a distribuição do varejo chegar lá e é isso que a Nestlé está tentando fazer.” Demanda forte O aumento das compras em supermercado nas áreas mais pobres do Nordeste e Norte superou o crescimento nos estados mais ricos do Sul e Sudeste nos últimos dois anos, à medida que programas sociais e o salário mínimo mais alto elevaram a renda das classes com menor poder aquisitivo, disse Sussumu Honda, presidente da Associação Brasileira de Supermercados. As vendas em supermercados do País tiveram alta recorde de 15% em março em relação a um ano antes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Amaior demanda significa que os supermercados em áreas remotas têm tido dificuldade para manter produtos nas prateleiras, com fornecedores incapazes de atender encomendas, disse Honda. A Nestlé vende 3.950 itens “de posicionamento popular” elaborados para consumidores de baixa renda, como produtos em embalagens menores (mais acessíveis e nutricionalmente enriquecidos).

 

PONTOS FORTES

 

● A Nestlé prevê que até 1 bilhão de novos consumidores para seus produtos surgirão nos mercados emergentes nos próximos 10 anos.

● A barca-supermercado levará 300 produtos a 800 mil clientes potenciais em 18 cidades dos rios Pará e Xingu.

● Vender em local onde a distribuição do varejo não chega sai mais caro, mas expõe a marca antes da concorrência.

 


MERCADOS EMERGENTES

 

A suíça Nesté tem uma equipe de 7 mil vendedoras que oferecem produtos Nestlé de porta a porta em favelas brasileiras. Na Indonésia, a companhia acabou com intermediários e começou a enviar mercadorias diretamente a atacadistas para ampliar o alcance a consumidores que vivem nas 17 mil ilhas do país. A Nestlé prevê que as vendas globais desses produtos cheguem a atingir 20 bilhões de francos suíços (US$ 18 bilhões), contra 8,8 bilhões de francos no ano passado. A Unilever, que vende produtos em tamanhos menores, como o xampu Seda no Brasil, já obtém metade do faturamento nos países emergentes. Na Amazônia, não é só a Nestlé que usa o transporte fluvial para chegar ao cliente. O Banco Bradesco, o segundo maior do Brasil em valor de mercado, começou a oferecer serviços bancários em dezembro pelo rio Solimões. Conquistou 700 novos clientes em seis meses, disse o diretor Odair Afonso Rebelato.

 


Veículo: Brasil Econômico


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