A queda de patentes de importantes princípios ativos internacionais está transformando o mercado brasileiro. A Pfizer confirmou a informação de que fechou uma parceria com o laboratório brasileiro Eurofarma para lançar uma versão do Lipitor, medicamento usado no combate ao colesterol que deve ter queda de patente a partir de dezembro. A ideia da empresa é proteger os medicamentos que vão perdendo patente.
Neste momento, as indústrias farmacêuticas se mobilizam para produzir e vender o genérico do Viagra, destinado a disfunção erétil, a um preço reduzido. Logo que perdeu a patente do princípio ativo do Viagra, o Sildenafil, no dia 20 de junho, a multinacional assumiu uma postura agressiva no mercado, reduzindo o preço do medicamento em 50% .
As farmacêuticas que atuam no segmento de genérico estão "correndo" para colocar no mercado o produto com preço 35% mais barato do que o novo valor anunciado pela Pfizer. Hoje, o valor médio do medicamento é de R$ 15.
A empresa brasileira Germed, holding da EMS, "saiu na frente" e colocou o genérico do Viagra nas prateleiras na semana passada. A holding investiu cerca de R$ 20 milhões em pesquisa para o lançamento do medicamento. "Até o final deste ano, o volume do medicamentos baseados no Viagra deve ser triplicado, porém em valor deve ficar inferior ao que era obtido anteriormente" , afirma o diretor presidente da Germed, José Cosme dos Santos.
Tanto a Teuto quanto a Medley também devem colocar seus genéricos do Viagra nas ruas no segundo semestre deste ano.
A Geolab prevê o lançamento do seu Viagra no segundo semestre de 2011, data em que lançará também o genérico do Lipitor.
O laboratório Sandoz preferiu não dar informações sobre preço ou data de lançamento. A empresa recebeu dois registros de medicamentos que contêm Sildenafil: um é para produção de genérico, e o outro, para fabricação de um similar.
A Eurofarma, uma das maiores indústrias farmacêuticas do País, não tem definição quanto à fabricação do genérico do Viagra e por enquanto não comenta o assunto.
O grupo da EMS é o único laboratório autorizado a colocar o Viagra genérico em farmácias. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o grupo detém oito registros de versões do Viagra: quatro para genéricos e quatro para similares.
Espaço
Com o fortalecimento do setor farmacêutico em 2010, as indústrias investem em lançamentos e em expansão. O laboratório brasileiro Teuto, por exemplo, deve lançar ainda este ano 100 medicamentos. Atualmente a empresa investe 7% do seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento de produtos.
Em 2009 a Teuto faturou por ano em média R$ 300 milhões. "Para todos os produtos que sofreram com a queda de patentes teremos um genérico. Dentro da companhia contamos com um projeto chamado Projeto Patente - um grupo de pesquisa para avaliar todas as patentes que vão cair", explica o gerente de Marketing da Teuto, Aurélio Ramos.
A indústria farmacêutica Germed prevê o lançamento de 15 medicamentos este ano, expansão de linha e aquisição de uma nova marca. Em 2009, a Germed faturou R$ 193 milhões. Este ano o objetivo é ultrapassar a marca de R$ 300 milhões. Em média, a companhia investe entre R$ 10 a R$ 15 milhões para o desenvolvimento de cada medicamento. "Vamos lançar todos os genéricos que terão queda de patente. Por questões estratégicas, não falamos de datas ainda", explica o diretor presidente, José Cosme dos Santos.
No próximo semestre, a Germed também vai às compras e anuncia que deve fazer uma aquisição. "Queremos comprar uma companhia que atue no ramo farmacêutico, porém em segmentos diferentes daqueles em que já atuamos. Por exemplo, endocrinologia, oftamologia, e dermatologia", enfatiza o porta-voz.
A Eurofarma adquiriu no final da semana passada a indústria farmacêutica Gautier, a sétima maior indústria farmacêutica uruguaia, que atua também no Paraguai e na Bolívia.
Veículo: DCI