Com mais emprego, varejo teme falta de pessoal qualificado

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Contratações aumentam e entidades como a Alshop intensificam programas de treinamento

 

O Brasil deve criar mais de 2 milhões de postos de trabalho neste ano, na esteira de um crescimento previsto de 5,5% da economia. Quase a metade deles (850 mil) virá do varejo. A previsão é de estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O levantamento projeta, inclusive, a falta de mão de obra qualificada para a área. Só em comércio e reparação faltarão 187,58 mil trabalhadores com experiência para preencher a demanda das empresas neste ano.

 

"A última vez em que houve escassez de mão de obra qualificada foi no período do Milagre Econômico (década de 70). De lá para cá, nos acostumamos à abundância de candidatos", disse Márcio Pochmann, presidente do Ipea, durante a apresentação do estudo à imprensa.

 

"Este ano não tem ocorrido desemprego", afirma o presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah. "Temos percebido a manutenção do emprego com momentos de acréscimo". Segundo ele, o aquecimento é maior nos shoppings devido ao grande número de novos empreendimentos no setor. De todo modo, o panorama de contratações é favorável para todo o setor. Até os temporários recrutados para o fim do ano tiveram um índice de efetivação maior do que a tradicional média de 15% a 20%. O sindicato calcula que 35% a 40% dos temporários foram efetivados.

 

Para tentar reverter a falta de pessoal qualificado, os centros comerciais estão investindo mais em capacitação. A Associação de Lojistas de Shopping (Alshop) está prestes a anunciar a ampliação de seus programas de treinamento. A parceria conta com o apoio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e terá ajuda financeira do Fundo Amparo ao Trabalhador (FAT). "Há uma demanda muito grande por gente nesta área. E o setor sente cada vez mais dificuldades em encontrar pessoas qualificadas. É preciso investir em treinamento. Muitas lojas colocam os funcionários mais antigos para treinar os mais novos. Queremos profissionalizar esse segmento. Todos sairão ganhando, lojistas e consumidores", diz Luís Augusto Ildefonso da Silva, diretor de Relações Institucionais da Alshop.

 

Segundo ele, com os treinamentos podem reverter o turnover do setor, um dos mais elevados da economia. A rotatividade na área chega perto de 100% ao ano. Nos shoppings é um pouco menor, devido ao perfil diferenciado dos profissionais.

 

O Brasil tem hoje 711 shoppings que empregam 1 milhão de pessoas. Segundo a Alshop, mais 24 serão entregues no segundo semestre. Cada empreendimento gera em média 1.500 novas vagas e a maior parte dos que estão em funcionamento está anunciando ampliação de lojas.

 

O aumento da renda e a estabilidade da economia são um dos maiores impulsos para esse crescimento do setor. Pesquisa da associação mostra que, entre janeiro e junho, o número de lojas cresceu de 94.318 para 96.139 estabelecimentos nos centros de compras. A entidade aponta ainda um crescimento de 14,5% nas vendas no primeiro semestre de 2010.

 

"A estabilidade interna permitiu que muitas pessoas subissem de classe social e passassem a comprar. No cenário externo, muitos investidores veem a economia brasileira e decidem aplicar seu dinheiro aqui, em forma de shoppings e empreendimentos do centro de compras", afirma Silva.

 

De acordo com o Ipea, dos 2 milhões de novos postos a serem criados em todo o país, São Paulo deve responder por 700 mil. Na ponta oposta, o Acre deve gerar apenas 1.146 novas oportunidades, seguido por Roraima, com 1.553 postos neste ano.
 


Veículo: Valor Econômico


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