A LLX, empresa de logística do grupo EBX, está em negociações com o China Development Bank para que os chineses financiem parte dos equipamentos do Superporto Sudeste, em Itaguaí (RJ), projeto de R$ 1,8 bilhão cuja pedra fundamental será lançada hoje. O evento marca o início de diversas frentes de obras. Os entendimentos com o banco de desenvolvimento da China devem permitir financiar a compra de dois carregadores de navios para minério de ferro fabricados pela ZPMC, empresa chinesa líder no segmento de equipamentos portuários.
Ontem, a LLX informou que acertou a compra dos principais equipamentos do terminal, incluindo o contrato com a ZPMC e outro, com a ThyssenKrupp, para aquisição de dois viradores duplos de vagões. As obras civis serão realizadas pelo consórcio ARG-Civilport. Na parte de equipamentos, é possível que os chineses venham a financiar outros bens para o Porto Sudeste, idealizado para exportar, em uma primeira fase, 50 milhões de toneladas por ano de minério de ferro produzido em Minas Gerais.
A LLX está em negociações para contratar outros equipamentos para o porto, entre os quais se destacam recuperadores de caçamba e o sistema de correias transportadoras. Empresas fornecedoras da China e da Europa apresentaram propostas.
Otávio Lazcano, presidente da LLX, disse que é possível que a parte do projeto a ser financiada supere os 75% em relação ao investimento total de R$ 1,8 bilhão. A parcela financiada do projeto poderia chegar a 80%. O percentual considera financiamentos contratados junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e também a participação de agências de crédito à exportação dos países fornecedores dos equipamentos.
Se o número se confirmar, o capital próprio da LLX no empreendimento seria de 20%. "A LLX tem R$ 500 milhões em caixa disponível", disse Lazcano. Na semana passada, a LLX informou que havia assinado contrato de financiamento de R$ 1,2 bilhão com o BNDES para implementação do Porto Sudeste. O crédito do banco é para compra de bens e serviços no mercado brasileiro.
Lazcano disse que entre as obras que começam agora no Porto Sudeste estão a escavação de um túnel de 1,8 mil metros de extensão (com 20 metros de largura e 12 de altura) e a construção de pátios para estocagem de minério de ferro. Também será erguida uma ponte offshore que dará acesso ao píer e aos berços para atracação dos navios. O executivo disse que, pelos contratos feitos com os fornecedores, o porto terá de estar pronto no fim de 2011 para fazer o primeiro embarque de minério no início de 2012.
Pelo cronograma, no primeiro ano o porto deverá movimentar cerca de 20 milhões de toneladas, volume que sobe para 40 a 50 milhões já em 2013. A partir de 2014, o terminal estará a ritmo pleno. Lazcano disse que estudos para novas áreas de estocagem estão sendo feitos para duplicar a capacidade do porto. A empresa tem autorização da Marinha para elevar o volume de exportação do Porto Sudeste para 100 milhões de toneladas por ano, afirmou. Segundo ele, o terminal surge para ser um porto no Rio para as mineradoras de Minas Gerais.
Veículo: Valor Econômico