Novas campanhas focam a próxima Copa em 2014
Minutos após o fim do jogo do Brasil contra a Holanda, na última sexta-feira, na Copa da África do Sul, a Visa no Brasil entrou em contato a sua agência de publicidade, a Lew Lara. A empresa autorizou a equipe de publicitários a contatar as redes de TV para a veiculação de um comercial pré-gravado, em que ressaltava a dor da perda da seleção brasileira, mantendo um tom de otimismo. Era algo planejado. Não só a campanha já havia sido aprovada no início da segunda fase da Copa, como a própria Rede Globo estava ciente sobre possível alteração de comerciais nas horas seguintes a uma eventual eliminação.
"Infelizmente, tínhamos que estar preparados", diz Bety Tichauer, diretora de marketing de Visa. Além dela, a AmBev, com Brahma, e a Coca-Cola sacaram os seus anúncios de apoio ao torcedor. Os espaços, inclusive, já estavam pagos no pacote de anúncios fechados com a Rede Globo para a Copa. Essa necessidade, portanto, de um plano B, caso o Brasil ficasse pelo meio do caminho, assim como a reorganização das ações conduzidas na mídia (como na internet e em pontos de venda) acabaram exigindo agilidade e senso de oportunidade das empresas.
Por isso, desde o dia de ontem, todo o material de mídia impressa, como encartes das redes de varejo, têm sido retirados de pontos de vendas, como supermercados e lojas de departamento. As agências de promoção dessas redes começaram ontem a desenhar impressos de ofertas inéditos para os próximos dias. Nos bares e restaurantes, é individual a decisão de retirar o material que faz referência ao torneio. Mas bares ouvidos ontem informam que as cervejarias, como Schincariol, já encaminharam encartes novos.
Ficou claro, no entanto, que a maioria dos patrocinadores da Copa não preparou um plano B para as ações na TV, a mídia mais cara do país. Entre patrocinadors da CBF e da Fifa nesta Copa, foram 16 empresas, e apenas três veicularam filmes publicitários no final de semana. "Publicamos anúncios em jornais sobre a perda, mas sem um tom piega. É importante essa menção ao assunto", diz Hugo Janeba, vice-presidente de marketing da Vivo.
Para especialistas, simplesmente tirar a antiga campanha da TV, que enaltecia o time, não é algo muito bom. "Pode ser interpretado como omissão. O ideal é reforçar a mensagem do apoio incondicional", diz José Estevão Cocco, da J. Cocco Associados, especialista em marketing esportivo. "A questão é que nem sempre a empresa quer dizer algo e prefere calar-se".
Veículo: Valor Econômico