A Sephora, uma das maiores redes varejistas de cosméticos do mundo, já negocia a abertura de lojas no Brasil com alguns shopping centers em São Paulo e no Rio de Janeiro. Já existem conversas com o Morumbi Shopping e com o Rio Design Barra. No início deste mês, o grupo francês LVMH, controlador da Sephora, comprou 70% do capital da Sack's, maior site na área de cosméticos e perfumaria do país. Na ocasião, a companhia anunciou a abertura de pontos no Brasil em até 18 meses.
O Valor apurou que esse prazo pode cair para um ano, o que levará a Sephora a abrir as portas no Brasil até meados do ano que vem.
"Doze meses é uma meta agressiva, e não fugimos de metas agressivas", diz Carlos André Montenegro, CEO da Sacks e presidente da Sephora no Brasil. Montenegro deve se reunir com o comando da Sephora na sede da rede em São Francisco, nos EUA, para tratar dessas questões, e também de outros pontos, como a fabricação de cosméticos da LVMH no Brasil, para a venda no site.
O Valor apurou que há espaço, para o primeiro ano de operação, de abertura de no mínimo três lojas, informação que a empresa não confirma. Neste momento, as negociações envolvem o comando da BR Malls, da Aliansce, do Multiplan e do grupo Iguatemi. O Shopping Cidade Jardim estaria fora dos planos iniciais da rede. Ali, o tráfego de consumidores é inferior ao de outros centros de compras, como o Morumbi, e o perfil de público se limita à classe de alta renda - ao contrário do Morumbi e do Iguatemi de São Paulo, que reúnem compradores da classe média alta.
A companhia também já tem claro que deve montar no Brasil uma estrutura de varejo multimarcas. Ou seja, a LVMH não irá comercializar apenas as suas marcas, como Dior e Kenzo, nas lojas físicas e no site na internet. Todas as outras empresas, como Chanel, MAC (de maquiagem) e a L'Occitane, devem manter seus acordos de fornecimento com a Sephora. "Uma andorinha só não faz verão. Eles [controladores da Sephora] sabem disso", diz Montenegro. Inclusive, a manutenção dos acordos consta em contrato assinado entre o comando da Sack's e a Sephora.
O encontro no próximo mês será importante para evoluir o projeto de nacionalização das linhas de cosméticos e perfumes da LVMH. Já existe uma busca por fabricantes locais porque há necessidade de a companhia tornar o produto mais competitivo por aqui. O Imposto de Importação em produtos cosméticos varia de 18% a 35%. Ao produzir localmente, a Sephora pode reduzir preço e passar a vender o mesmo produto num menor número de parcelas. A Sephora só irá vender a prazo nas lojas do Brasil.
Enquanto ajusta o plano de expansão com a Sephora nos EUA, os controladores da Sack's reforçam o plano de expansão de outro negócio. A loja online de roupas e acessórios Glamour está ganhando musculatura e deve se preparar para uma futura abertura de capital ou fechamento de parceria com investidores.
"Não definimos que caminho será seguido ainda, mas queremos ampliar a operação para novos vôos futuros", diz Alexandre Icaza, diretor da Albatroz Participações, dona de 25,8% da Glamour e de 33,3% da Sack's.
Veículo: Valor Econômico