Valores de produtos variam até 42% em lojas do mesmo grupo

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DIÁRIO pesquisou preços de eletroeletrônicos em unidades de cinco grandes redes em São Paulo

 


Casas Bahia com Ponto Frio e Extra, Ricardo Eletro e Insinuante e, na última sexta-feira, Magazine Luiza e Lojas Maia. Em comum todas essas empresas que vendem eletrodomésticos firmaram parcerias entre si. A concentração do mercado pode provocar uma padronização dos preços, mas na prática isso ainda não ocorreu.

 

O DIÁRIO pesquisou preços em cinco grandes lojas — Casas Bahia, Extra, Magazine Luiza, Pernambucanas e Ponto Frio —, sendo as quatro primeiras com lojas físicas e o Ponto Frio, pela internet. A dica é: para economizar, pesquise e pechinche antes de fechar um negócio.

 

Mesmo assim, o Conselho Administrativo de Defesa Econômico (Cade) está atento a possíveis concentrações. E pode impor restrições caso perceba alguma combinação de preços que prejudique o comprador.

 

Na pesquisa, a Casas Bahia apresentou valores quase sempre mais baixos. Uma televisão Philips de LCD com 32 polegadas tinha preço de R$ 1.399, parcelado em dez vezes sem juros no cartão de crédito. O mesmo televisor custava R$ 1.999 no Extra, 42,88% mais caro que na Casas Bahia, que, depois da fusão com a Pão de Açúcar, pertence ao mesmo grupo.

 

Lei da pechincha

 

Ainda no caso do televisor, depois que soube do preço praticado pela “concorrência”, o vendedor do Extra afirmou que podia igualar a oferta da Casas Bahia e podia deixar o valor do refrigerador R$ 200 abaixo do preço da loja irmã.

 

Já um televisor de 42 polegadas que na loja do Magazine Luiza era ofertado por R$ 2 mil saia por R$ 2.199 na Casas Bahia. O maior preço estava na Pernambucanas, R$ 2.399. Uma diferença de R$ 399 entre as lojas. O fogão foi o único item com preço igual em todas as lojas: R$ 699.

 
 

Consumidores estão preocupados com concentração

 

Os consumidores estão atentos a essas fusões entre as grandes redes do varejo e já elegeram algumas práticas para não ser vítimas de preços abusivos.

 

O técnico em refrigerador Walderley Oliveira de Brito, de 51 anos, não vê com bons olhos a fusão de tantas empresas de varejo. Porém, já sabe qual será o antídoto para isso. “O negócio é pesquisar. Olhar o preço em várias lojas diferentes e comparar. Tem que ver também a questão dos juros se você não for comprar à vista. Às vezes, mesmo com o preço menor à vista, não é vantajoso quando se parcela”, comenta Wanderley.

 

O enfermeiro José Luis de Deus, de 27 anos, quer comprar uma televisão de LCD e está atrás de uma boa oferta para fechar negócio. “Na segunda-feira encontrei a TV que queria por R$ 1.660, mas estava sem o cartão de crédito. Por isso, voltei no dia seguinte para comprar. O vendedor me disse que aquele preço valia apenas naquele dia e que agora ela tinha voltado para R$ 2.200. Acabei não comprando. Na minha percepção, as variações de um lugar para o outro são pequenas. O que vale mesmo é ficar atento às promoções relâmpagos”, comenta José Luis.

 

Apesar da desconfiança, Walderley reconhece que, por enquanto, os preços dos eletrodomésticos não têm subido. “Nos últimos dois meses, os aparelhos como televisão estão mais baratos. Acho que eles tinham aumentado o valor por causa do Natal e depois pelo Dia das Mães. Agora que não tem tanta procura as liquidações estão maiores.”

Já o advogado Edson Rodrigues, de 28 anos, tem a internet como melhor ferramenta para fazer suas pesquisas e encontrar o melhor preço.

 

“Realmente essas fusões de lojas preocupam qualquer um que é consumidor. Por isso, sempre que me interesso por comprar algum produto antes faço uma boa pesquisa na internet. Lá consigo pesquisar uma variedade grande de lojas sem ter que sair de casa. Depois, com os melhores preços, vou até uma loja para conversar com os vendedores. Sempre dá para conseguir algum desconto”, argumenta Rodrigues.

 

 
Magazine terá unidade gigante

 

A rede varejista Magazine Luiza vai abrir até novembro mais 13 lojas na capital e Grande São Paulo, dentro do programa de expansão do grupo na região metropolitana. A grande novidade entre essas unidades será a filial a ser inaugurada às margens da Marginal do Tietê, na Zona Norte. A expectativa é de gerar 350 empregos com essas lojas.

 

O projeto de expansão do Magazine Luiza teve início em setembro de 2008, quando 44 lojas da empresa passaram a funcionar simultaneamente. A previsão da companhia é chegar a 70 filiais na Grande São Paulo até o final do ano. Em 2011, a meta é subir para 100.

 

O diretor de marketing e vendas da rede, Frederico Trajano, destacou que as novas unidades serão implantadas nos bairros Lapa, na Zona Oeste, e Interlagos, na Zona Sul, e também em outras cidades da Grande São Paulo e Baixada Santista.

 

Já a grande filial na Marginal Tietê terá uma série de serviços agregados, como cabeleireiros, salas de internet e uma área com brinquedos e recreação para os filhos ficarem enquanto os pais fazem as compras. No andar de cima do novo projeto, o Magazine Luiza também implantará uma nova sede na capital. O escritório de Franca, no interior do estado, vai abrigar o setor de telemarketing.

 

O anúncio foi feito no início da semana, durante a confirmação da compra da Lojas Maia, que conta com 141 lojas no Nordeste. Com essa aquisição, o Magazine Luiza entrará agora nos nove estados da região nordeste.

 

Atualmente, a rede atua em outros sete estados das regiões sudeste, sul e centro-oeste. "Queremos ganhar mercado", garantiu a presidente do grupo, Luiza Helena Trajano.

 


Veículo: Diário de S.Paulo


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