Tecnologia eleva rentabilidade do tomate

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A produção de tomate em Minas Gerais deverá alcançar cerca de 405 mil toneladas em 2010. A produtividade do fruto gira em torno de 65 toneladas por hectare, com área plantada de 6,2 mil hectares. Uma das vantagens da cultura é o maior controle que os agricultores têm, podendo equilibrar a produção diante da demanda, o que favorece maior rentabilidade. 

A comercialização do fruto pode gerar lucro de até 46%, dependendo dos tratos culturais e do uso de tecnologia. Do plantio ao início da colheita são gastos entre 90 e 100 dias. A colheita pode durar de 30 a 60 dias, dependendo das condições fitossanitárias da cultura.

 

De acordo com o coordenador estadual de olericultura da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), Georgeton Silveira, a produção mineira varia de acordo com o desempenho das vendas registradas pelo produtor no ano anterior. "Se esta venda foi bem-sucedida, o produtor é estimulado a ampliar a área cultivada no ano seguinte. Em média, de um ano para o outro, a produção varia de 5% a 10% para mais ou para menos", observou.

 

O lucro obtido com a produção de tomate pode variar de 17% a 46%, dependendo dos tratos culturais e da aplicação de tecnologia. Segundo os dados da Emater-MG, no nível tecnológico alto o custo operacional de produção gira em torno de R$ 50,5 mil, para uma produtividade de 88 toneladas por hectare, o que equivale a 4,036 mil caixas por hectare. O custo da caixa de 20 quilos é de R$ 12,80.

 

No caso das culturas que apresentam nível tecnológico baixo, o custo operacional passa a ser de R$ 42,562 mil por hectare, com produtividade de 60 toneladas por hectare, o que gera cerca de 2,727 mil caixas por hectare. O custo por caixa, neste caso, é de R$ 15,97.

 

"Com o preço médio da caixa de tomate em torno de R$ 18,70, nas Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa Minas), com sede em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), observamos que, para o nível de alta tecnologia, a taxa de retorno é de 46,06% enquanto que, no nível de baixa tecnologia, a taxa de retorno é de 17,10%. Isso indica que a cultura de tomate no cultivo convencional deverá ser encarada com o mais alto profissionalismo, pois além de o custo ser bastante alto o risco é acentuado", afirmou Silveira.

 


Valorização - Os períodos de chuvas torrenciais, seguidos de veranico, reduziram a oferta do produto no início do ano, o que promoveu o aumento da demanda nas regiões que tiveram problemas na produção, principalmente São Paulo. A conseqüência foi registrada na cotação dos tomates tipo AA e A, que chegaram a ser comercializados a uma média de preços no atacado, de fevereiro a abril, em torno de R$ 30 a caixa de 22 quilos, com alta próxima a 50%.

 

Com a valorização do fruto, houve incremento na produção. "Entre maio e junho, a concentração de oferta de tomate no mercado levou os preços a ficarem em patamares menores, bem como a entrada do fruto proveniente de produtores especuladores (que não têm como tradição a cultura), mas que apostaram em maiores rendimentos, o que elevou a oferta e reduziu os preços", analisou.

 

Minas Gerais é o terceiro maior produtor de tomates do país, perdendo apenas para Goiás, que representa 33% da produção brasileira, e São Paulo (16%). A fatia de mercado atendida pelo Estado chega a 11,1%. As principais regiões produtoras são a Central, que responde por 26,6% da produção estadual, seguida pelo Triângulo Mineiro (20,5%), e pela região Sul, onde a produção chega a 17%. O fruto também é cultivado em escala significativa nas regiões do Rio Doce, Centro-Oeste, Alto Paranaíba, Norte de Minas e Zona da Mata.

 

Por ser um produto sensível às variações climáticas e ao transporte, a produção é destinada somente ao mercado interno. Os principais mercados atendidos pelos produtores mineiros são Minas Gerais, São Paulo, Distrito Federal e a região Nordeste do país.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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