Acordo entre Brasil e Argentina visa a entrada em mercados fora do Mercosul.
Brasil e Argentina podem firmar um projeto que viabilize a exportação de lácteos dos dois países para importadores de fora do Mercosul. O presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados, Rodrigo Alvim, explica que os termos do projeto de integração produtiva estão sendo avaliados pela iniciativa privada e por representantes dos governos do Brasil e da Argentina. A data de um novo encontro para discutir o assunto não foi definida.
Para Alvim, para ser vantajoso, o acordo precisa favorecer os produtores brasileiros. "Brasil e Argentina precisam trabalhar em conjunto para conquistar terceiros mercados", afirmou. "Não podemos brigar dentro do Mercosul", ressaltou. Alvim, que também preside a Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), alertou que os produtores temem um aumento das importações brasileiras, fato que prejudicaria a produção nacional.
Juntos, Brasil e Argentina produzem, em média, 38 bilhões de litros de leite por ano. No ano passado, Brasil e Argentina fecharam um acordo que limitou o comércio de leite em pó da Argentina para o Brasil em 3 mil toneladas por mês. A queixa que motivou o acordo foi que os argentinos vendiam leite para o Brasil a preços inferiores aos praticados no mercado internacional. Em determinados momentos, o governo argentino chegou a subsidiar a produção primária.
PNCRC - Além dos termos do acordo Brasil/Argentina, a CNA e os integrantes da Câmara Setorial do Leite, que também reúne representantes do governo, continuam avaliando a proposta de revisão dos métodos de análise do Programa Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC). "Propomos a definição de novos métodos que tenham como base critérios quantitativos e não qualitativos", disse Alvim. Na prática, a mudança flexibiliza os testes, mas não compromete a qualidade do leite.
Também está na pauta da Câmara a discussão sobre pontos específicos da metodologia aplicada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para cálculo do custo de produção do leite. Reunidos na última segunda-feira em Brasília, os integrantes da câmara também aprovaram a definição de uma agenda estratégica para o setor, propostas que serão apresentadas para o governo. Um grupo de trabalho para discutir questões relacionadas à sanidade, políticas públicas e custo de produção foi formado. Os integrantes do grupo voltam a se reunir ainda este mês. (Agência CNA)
Veículo: Diário do Comércio - MG