Indústria de óculos soma R$ 16 bi e batalha com os chineses

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Empresas do setor ótico no Brasil -como Master Glasses e Chilli Beans- reforçam estratégias para ganhar poder de fogo contra a concorrência com produtos chineses, em um mercado de cerca de R$ 16 bilhões.

 

A fabricante Master Glasses acaba de fechar uma parceria com a marca italiana Di Esse para a produção local de óculos de correção e de sol.

 

Segundo o presidente da Master Glasses, Carlos Sousa, o produto chinês é tão competitivo mundialmente que, em um primeiro momento, a intenção da Di Esse era implantar uma unidade fabril na China. Para ganhar a disputa pela parceria com a fabricante italiana, a Master se propôs a arcar com os custos tributários da produção no Brasil. "Com a iniciativa da Master, a Di Esse fechou o negócio e assumimos toda a carga tributária da operação no Brasil" disse Sousa.

 

No acordo, a Master Glasses também aceitou a responsabilidade de expandir a sua unidade fabril em três mil metros para receber os equipamentos e maquinários da Di Esse através de importação renovável. "O negócio permite a locação dos equipamentos para a produção de óculos por cinco anos, com possibilidade de renovação por igual período", afirma o presidente da Master. Os investimentos em expansão da planta fabril da Master ficaram em torno de R$ 2 milhões e a previsão é de que dentro de seis meses a produção passe de 80 mil para 200 mil peças mensais. Sousa disse que a produção será dividida entre as empresas italiana e brasileira e será licenciada pela Master Glasses. Quando a operação estiver concluída, Sousa projeta crescimento de 50% no faturamento da empresa. E aposta que terá mais competitividade no setor. "Vamos investir em produtos com maior valor agregado", afirmou.

 

Óculos de sol

 

A Chilli Beans, uma das principais fabricantes de óculos de sol do País, também busca alternativas para ganhar espaço no mercado nacional, cada vez mais concorrido. Segundo o presidente da empresa, Caito Maia, hoje a produção local de óculos está em 20%. "Já produzimos mais no Brasil, mas com o acirramento da competição com países asiáticos, como a China, cujos custos de produção são bem inferiores, optamos pela importação" explica. Cerca de 70% dos óculos comercializados pela marca no País são importados da China, no que se refere às armações. Já 10% das 100 mil peças vendidas mensalmente pela marca são de origem italiana.

 

A empresa mantém também parte de sua produção em conjunto com a Metalzilo, empresa com mais de 50 anos na fabricação de armações e óculos de sol, com planta fabril em Diadema (SP).

 

Outra estratégia utilizada pela Chilli Beans para alavancar as vendas e garantir o aumento de seu faturamento em 2010, projetado a 39%, é o lançamento de dez modelos de óculos por semana.

 

A empresa deve colocar em operação, nos próximos meses, cerca de 30 máquinas nacionais que, depois de acionadas, dispensam óculos. "Nossa intenção é lotar o Brasil de máquinas. Já fechamos a colocação de duas delas na Linha Amarela do metrô de São Paulo", conta Caito.

 

O novo negócio foi desenvolvido em parceria com a Pixel Labs, as vending machines da Chilli Beans se assemelham às máquinas de venda automática de refrigerantes, com a diferença de se utilizar como forma de pagamento apenas cartão de crédito e receber por produto óculos, não bebida.

 

Caito Maia se diz otimista com os negócios da empresa no Brasil, mas ressalta a necessidade de incentivos do governo para a produção nacional. "Gostaríamos muito de ter uma fábrica no Brasil, mas devido à carga tributária do País isso se torna inviável. Meu objetivo como empresário era receber incentivos do governo para viabilizar um projeto de planta fabril", afirmou.

 

Óculos

 

Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria Óptica (Abióptica), Bento Alcoforado, apesar da briga com a pirataria, que abocanha 40% do mercado ótico no brasileiro, a projeção é que o crescimento neste ano fique em torno de 20% em comparação ao do ano passado, e movimente cerca de R$ 16,8 bilhões.

 

Até julho, a associação registrou crescimento de 30% no setor em relação ao mesmo período de 2009.

 

A Abióptica calcula que a produção nacional de óculos gire em torno de 32 milhões de unidades ao ano. Atualmente, 46% do faturamento no setor correspondem a venda de óculos de sol, seguido de 25% de óculos para correção, 21% de lentes e de 8% de lentes de contato.

 

Empresas do setor óptico como Master Glasses e Chilli Beans reforçam estratégias para ganhar poder de fogo contra a concorrência chinesa. A Master Glasses fechou parceria com a italiana Di Esse para a produção local. A Chilli Beans investe em máquinas automáticas para vender óculos em grandes espaços públicos, como a Linha Amarela do metrô paulistano.

 

Veículo: DCI


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