Redes apostam em produtos contra o calor

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Depois de o brasileiro comprar geladeira e fogão com a redução do IPI e de investir em televisão nova para ver a Copa, agora é a vez do ar-condicionado e dos ventiladores. Pelo menos essa é a aposta de Everton Muffato, diretor-comercial da rede de supermercados que leva seu sobrenome e tem sede no Paraná. A empresa fez uma encomenda 40% maior de ar-condicionado em relação ao ano passado e também vai comprar mais ventiladores. "O verão deve ser forte", diz.

 

A mesma aposta é feita pela catarinense Berlanda. "Acreditamos que o grande diferencial neste fim de ano, além dos produtos tradicionais, será o ar-condicionado e o ventilador. Esses produtos farão a diferença, com ótimas vendas, pois para a época o calor já estará presente", avalia o diretor comercial da Berlanda, Gilson Bogo. O verão de 2010 teve um incremento de 51,35% nas vendas de ar-condicionados da rede em relação a 2009. Apesar do enfraquecimento das vendas de itens de linha branca logo que se encerrou o incentivo do IPI reduzido, o segmento vem se recuperando, acrescenta o executivo.

 

José Mauro Abraão, da Casa & Vídeo, no Rio, diz que há uma preocupação no abastecimento de ar-condicionado. "No ano passado, com o forte calor que durou até abriu, já houve desabastecimento. Acredito que a indústria não está ainda preparada para a demanda do próximo verão", prevê o diretor. "Todo o estoque das redes de varejo foi esvaziado e a indústria ainda não está suprindo a pré-demanda", explica o executivo.

 

Muffato, do Paraná, conta que bens duráveis respondem por 20% das receitas da rede de supermercados e, para atender a demanda de fim de ano, ele aumentou em 10% a importação de itens de bazar e a mesma porcentagem foi usada no caso de produtos de linha branca. Mas há dúvidas sobre as encomendas de televisão. "Estamos reticentes", explica ele, que pretende esperar mais um mês antes de fechar a previsão.

 

Muffato diz que, em função de campanha de aniversário, agosto foi um mês bom, com crescimento de 18% sobre igual período do ano passado, principalmente por causa de eletrodomésticos. A empresa aumentou o prazo de pagamento de 15 para 18 vezes. Para o Natal, a expectativa é crescer 10%, mas o empresário acrescenta que os produtos estão mais baratos, o que exige mais esforço para não perder muita margem nas vendas de fim de ano.

 


Veículo: Valor Econômico


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