A quatro meses do Natal, o varejo não está preocupado em chegar nos últimos dias do mês sem produtos para atender à forte demanda esperada pelos seus executivos. Segundo o diretor-comercial da Dicico, Jorge Letra, a indústria tem mostrado capacidade para atender à demanda, e por isso não há uma preocupação em trabalhar com estoques mais elevados. "Existem alguns gargalos anunciados, como com tintas agrícolas e cimento, mas nada muito claro a ponto de motivar a fazer estoque adicional dos produtos", diz.
Letra afirma que a indústria tem dado indicativos que tem capacidade para segurar o crescimento da demanda de materiais de construção pelo menos até o meio do ano que vem, além de haver investimentos em andamento para aumento dessa capacidade. "Temos falando bastante com os nossos fornecedores e o que eles nos passam é que não há uma preocupação de faltar produtos."
O gerente-comercial da Eletroshopping, Cristiano Vilar, explica que a rede sediada em Pernambuco está operando com seus níveis normais de estoque e não visualiza possíveis problemas com as entregas da indústria para os próximos meses. "No nosso caso, temos contratos anuais com os nossos principais fornecedores, por isso estamos, teoricamente, garantidos para o fim do ano", completou.
A gaúcha Colombo tem preocupações localizadas, como com os produtos da Zona Franca de Manaus, mas apesar da demanda aquecida, não espera que os fornecedores reajustem suas tabelas. "Na nossa visão os preços deverão se manter estáveis", afirmou o executivo, que vê os televisores LCD, LED e 3D como os grandes "destaques" para o Natal. "Também apostamos nos computadores portáteis, na linha de condicionadores de ar split e nos celulares", afirma diretor de compras e logística da Colombo, Gladimir Somacal.
O diretor de marketing da mesma rede, Thiago Baisch, diz que as vendas de agosto bateram o recorde do mês. "Foi o melhor Dia dos Pais da nossa história, com crescimento de 25% na comparação com 2009", afirmou. Os televisores já foram os produtos com melhor desempenho no mês e a linha branca "voltou com força" em função do inverno, especialmente os aquecedores e as lavadoras e secadoras de roupas, explicou.
A diretora de vendas da Ricardo Eletro, Jacqueline Feital, diz que os sinais dados pela indústria é que existe capacidade para atender à demanda estimada para Natal que, no caso da rede, é de uma alta de 40% sobre 2009. (SM, MC e SB)
Veículo: Valor Econômico