Lojas apostam em itens de maior valor agregado, baseadas no aumento da confiança e da renda do consumidor.
A confiança na manutenção do emprego e o aumento da renda do trabalhador incrementaram a procura por produtos de maior valor agregado no varejo de Belo Horizonte. Com isso, os lojistas tiveram que se adequar e investir em itens de melhor qualidade, que devem contribuir para a expansão da receita. Segundo eles, a preocupação com o design e com as novas tendências pode elevar o tíquete médio em até 38% e se tornar um diferencial frente à concorrência.
Para atender às exigências do consumidor, o proprietário da Sketch, Joaquim Carlos Lima, passou a produzir peças casuais com tecidos elaborados e mais sofisticados, com a marca Sketch One Concept. "A atual linha de produtos possui um novo padrão de design. E o preço médio das peças vai passar de R$ 65 para R$ 90. Com isso, a expectativa é de que o tíquete médio aumente 38%", afirmou o empresário, que comercializa roupas masculinas.
De acordo com ele, o incremento do mix está aliado ao crescimento do poder aquisitivo do trabalhador, que avalia mais a qualidade dos produtos antes de efetuar as compras. "A preocupação do consumidor não está apenas em adquirir os itens a baixo preço, mas também em buscar produtos que ofereçam conforto e durabilidade", explicou.
Lima ressaltou que a nova marca da empresa já pode ser encontrada no Diamond Mall, no Pátio Savassi e, a partir de outubro, no quarto pavimento do BH Shopping, todos os três malls situados na região Centro-Sul de Belo Horizonte. O empresário investiu cerca de R$ 200 mil nesta última loja, que irá concorrer com as grandes grifes que irão se instalar na nova área do centro de compras do Belvedere.
Já a Ideale, especializada em calçados femininos e com 13 unidades na Capital, passou a apostar em produtos de maior valor agregado ao realizar as encomendas da coleção primavera/verão. Conforme o diretor Administrativo e Financeiro, Marcelo Rolim, a estratégia deverá contribuir para o aumento da receita no acumulado deste ano.
"Investimos cerca de R$ 200 mil no design de produtos e no incremento do mix, que agora conta com itens diferenciados e com uma coleção mais arrojada, para atrair o cliente. Além disso, fizemos pequenas reformas para melhorar a infraestrutura das unidades", afirmou.
Com as melhorias, Rolim estima que o tíquete médio tenha aumento de 10%. Ele ressaltou que a mudança no perfil do consumidor deve incrementar o faturamento da empresa, que também se tornará mais competitiva no mercado mineiro.
A Bahal, especializada na comercialização de vestuário feminino, localizada no bairro Prado, na região Oeste de Belo Horizonte, também investiu em um mix diversificado e com peças de maior valor agregado durante este ano. E estima aumento de 10% no valor do tíquete médio. De acordo com a gerente de Marketing, Fernanda Côrtes, é importante estar atento às novas tendências, já que o consumidor está cada vez mais exigente.
Porém, ela destacou que os preços precisam ser "justos" e compatíveis com o mercado. "Se o produto tem maior valor agregado certamente será mais caro, mas é preciso que o custo esteja dentro do orçamento do consumidor", avaliou.
Veículo: Diário do Comércio - MG