O mercado de luxo brasileiro espera fechar o ano com U$ 7,59 bilhões este ano, crescimento de 22% se comparado às vendas de 2009. Segundo a MCF Consultoria & Conhecimento e a GFK Brasil, as vendas para o Natal, o maior período de compra do varejo mundial, deverão crescer. A previsão é obter este ano quase 25% a mais do que no ano passado.
Apesar de o mercado estar otimista com a previsão do crescimento acentuado do faturamento este ano, também está previsto decréscimo dos investimentos no setor, que, segundo as consultorias, passarão para US$ 1,21 bilhão, ante aportes de US$ 1,24 bilhão em 2009.
Para assegurar o mercado de luxo, o País conta hoje com a ascensão dos considerados ultra ricos. De acordo com a revista americana Forbes, o mercado brasileiro conta atualmente com 18 bilionários que, juntos, chegam a somar uma fortuna estimada em US$ 90,3 bilhões, colocando o Brasil como um dos principais destinos de grifes renomadas, em especial as francesas.
Quando o assunto é voltado ao vestuário, a marca também francesa Lacoste, presente em território brasileiro desde a década de 1980 -e hoje administrada pela Devanlay Ventures- também é lembrada. Hoje, a grife passa por um período de expansão no Brasil. Com previsão de abrir 15 unidades novas até o fim do ano e faturar R$ 95 milhões em 2009, a Lacoste prevê chegar ao fim deste ano com a venda de mais de 1,3 milhão de peças, o que corresponde a um faturamento de aproximadamente R$ 116 milhões.
Consagrada no mundo da moda, a Hermès, por sua vez, inaugurou sua primeira loja no Brasil em 2009, depois de um acordo com o grupo JHSF, administrador do Shopping Cidade Jardim. A butique de 170 m² oferece de echarpes a ready-to-wear (ou prêt-à-porter, pronto para vestir) feminino e masculino, além de chapéus, joias e sapatos. "O desembarque da Hermès foi muito aguardado por consumidores de todo o País", diz a superintendente da marca, Maria Luisa Pucci.
Outro destaque é a abertura de lojas próprias, a exemplo da Chanel -que decidiu operar diretamente em território brasileiro e assumiu o controle da butique no Shopping Cidade Jardim, na capital paulista- resolveu anunciar a inauguração de uma nova loja-conceito e uma perfumaria no Shopping Iguatemi São Paulo, também na capital. A marca corre atrás do impulso de compra dos brasileiros, que aumenta ano a ano. "O gasto médio dos consumidores hoje é de aproximadamente R$ 42 mil ao ano, excluídos automóveis, imóveis, lanchas e aeronaves. Este é certamente um importante atrativo às empresas que atuam no setor", justifica Carlos Ferreirinha, presidente da MCF Consultoria.
A nova loja da Chanel, prevista para outubro, não foi comentada pela grife, que afirma não falar de suas estratégias no Brasil. De acordo com Ferreirinha, no entanto, a empresa ainda tem espaço para crescer no Brasil. Ele estima que nos próximos cinco anos o Brasil deve abrigar quatro ou cinco lojas da Chanel - todas concentradas em São Paulo, que ele acredita que tem mercado para mais uma loja além das duas deste ano, e no Rio de Janeiro; no máximo Brasília abrigaria uma loja da grife.
O crescimento de vendas estimado em 2009 e 2010 para a Chanel, no mundo, é de 2 bilhões de euros e 3 bilhões euros, segundo a MCF Consultoria. O valor da marca está avaliado em 6 bilhões de euros, e ela ocupa a 59ª posição no ranking das marcas mais valiosas do mundo. A Chanel não comenta estratégias, nem divulga seus números de vendas.
Fundada em 1764 com a permissão do rei Luís XV e conhecida no mundo todo pelos cristais de luxo, a Baccarat é outra grife francesa presente no Shopping Iguatemi desde 1999. "Os produtos mais procurados são os pingentes em formato de coração, as borboletas e as taças de champagne, e a tendência é essa procura crescer com a chegada do Natal", destaca Priscila Gobbi, gerente de Marketing da marca.
Artigos exclusivos (como faqueiros e bandejas de prata) da Christofle reforçam o nome francês como referência em decoração de luxo. Comercializada no País pela Presentes Mickey, a grife é um dos principais destaques das listas de casamento, de acordo com o diretor da loja, Paulo Cimerman. "Os produtos apresentaram aumento de 12% em vendas e 8% em faturamento em 2009, mais por mulheres de 28 a 55 anos", avalia o diretor, que menciona o Natal como um dos pontos altos de venda.
Tíquete médio
Em 2009, o tíquete médio de compra por cliente diminuiu 25% se comparado ao do ano anterior, caindo de R$ 3.454,00, para R$ 2.726,00, e se observou apesar da movimentação constante das empresas para manter o interesse de seus clientes. Mas, de acordo com o presidente da MCF Consultoria, Carlos Ferreirinha, apesar do impacto da crise de 2008, o mercado continua a registrar crescimento acelerado.
"A crise reduziu o valor do tíquete médio, mas nada que gerasse uma preocupação exacerbada para os próximos anos; haverá um ciclo de crescimento vigoroso novamente. O consumidor demonstra o mesmo tipo de atitude positiva em relação ao consumo de itens de luxo e positiva também é a sua percepção da atividade.
Os consumidores brasileiros se destacam pelo comportamento jovem de consumo e demandam de forma exponencial o relacionamento diferenciado, fazendo com que investimentos em eventos e comunicação sejam predominantes, e pontos-de-venda e relacionamentos físicos aumentarão e se expandirão", explica Ferreirinha.
O mercado de luxo brasileiro espera fechar o ano com vendas de US$ 7,59 bilhões, um crescimento de 22% se comparado às vendas de 2009 - 25% do total só em vendas deste fim de ano, com o Natal para lá de aquecido. Para a MCF Consultoria & Conhecimento e a GFK Brasil, a média de investimentos por parte das empresas do ramo será de US$ 1,21 bilhão no ano, em abertura de lojas e compra de produtos, a maior parte dos quais será importada: carros, roupas de grifes, perfumes, bebidas, joias e outros.
Esses produtos atraem as classes A e B e os 18 bilionários que vivem hoje no Brasil e juntos chegam a somar uma fortuna estimada em US$ 90,3 bilhões, colocando o País como um dos principais destinos de grifes renomadas, em especial as francesas.
Uma delas é a Lacoste, administrada no País pela Devanlay Ventures, cuja previsão é de abrir 15 unidades até o fim do ano e faturar R$ 116 milhões, ante R$ 95 milhões de 2009. Ainda no mundo da moda, a Hermès comemora o desempenho da loja aberta há cerca de um ano no Shopping Cidade Jardim, diz a superintendente da marca, Maria Luisa Pucci. Outro destaque é a abertura de lojas próprias da Chanel, que decidiu operar no Shopping Cidade Jardim e irá inaugurar nova loja-conceito e perfumaria no Shopping Iguatemi São Paulo mês que vem.
"O gasto médio dos consumidores é de cerca de R$ 42 mil ao ano, excluídos automóveis, imóveis, lanchas e aeronaves", afirma Carlos Ferreirinha, presidente da MCF. Ele vê mercado para mais cinco lojas Chanel em São Paulo nos próximos anos.
Veículo: DCI