Feijão vai voltar à casa dos R$ 5

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O tempo seco e a falta de chuvas devem fazer com que o feijão sofra nova alta nos próximos dias. Segundo especialistas, o grão deve voltar a bater R$ 5 nas gôndolas do supermercado para o consumidor final. No entanto, as dificuldades enfrentadas no plantio e cultivo do item fazem com que produtores não descartem a possibilidade de a leguminosa bater preços de itens mais caros, como a picanha, e ter o custo final próximo a R$ 15.

 

No Grande ABC, o feijão ainda pode ser encontrado pelos consumidores ao valor médio de R$ 2,50 o pacote de 1kg, porém o engenheiro agrônomo da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), Fábio Vezza Benedetto, afirma que a expectativa de alta já causa alvoroço no varejo e deve provocar alta em breve.

 

"Essa especulação cria expectativas e, muitas vezes, o mercado sobe o preço até sem necessidade. Isso (o aumento) aconteceria por conta da seca, o feijão não terá sido irrigado, mas o grão estava muito caro e despencou. Então, essa nova alta poderia ser alternativa para não desvalorizar o produto", acredita o engenheiro.

 

Apesar da especulação, o presidente do Ibrafe (Instituto Brasileiro do Feijão), Marcelo Lüders, destaca que a saca do feijão dobrou na última semana em algumas regiões e, com estoques baixos, a tendência é de repasse do aumento ao consumidor. "Em 2008, quando a entressafra era menor, chegou a R$ 8, o quilo. E pior: podemos bater qualquer número porque o volume disponível no Brasil hoje é bem menor do que a quantidade consumida. Temos uma das menores safras dos últimos dez anos."

 

Além disso, Lüders aponta que a margem de lucro dos supermercados também prejudica o consumidor. "Em 2005, o varejo teve ganho bruto de 200% sobre o feijão. Não é tempo de tabelamento, mas o Ibrafe apela ao bom senso para que as redes entendam que este não é o momento para abusar dos clientes", avisa.

 

Apesar do cenário que se desenha, o diretor da Bolsa de Cereais paulista e especialista em feijão, Rui Roberto Russomano, diz que não há motivo para preocupação. Segundo ele, a safra deste ano bateu os mesmo números de 2008 o que dificulta que o item alcance duas casas decimais nas gôndolas do supermercado.

 

"O preço deve voltar para a casa dos R$ 4 até R$ 5 para o consumidor final, nada além disso. O mercado está aquecido e estamos recebendo a terceira safra. Isso puxa o preço do produto pela qualidade, mas não haverá falta dele para que o valor aumente tanto", aponta.

 


Produto repetirá valores já registrados no início deste ano

 

Os consumidores do Grande ABC mal tiveram tempo de aproveitar a redução de preço e o feijão já deve ter nova escalada. O item, que não falta na mesa dos brasileiros, registrou a marca de R$ 5 na região durante quase todo o ano e há apenas um mês voltou a casa dos R$ 2.

 

A alta vertiginosa dos custos do grão aconteceu em maio por conta das fortes chuvas durante a colheita do produto e da falta de oferta em estoque da leguminosa. Os preços altos se arrastaram até julho, quando o item voltou - a passos lentos - para os preços do início do ano, quando custava, em média R$ 2,50.

 

Mesmo com custos elevados, as vendas do feijão não costumam registrar queda. Para combater o reajuste, sem tirar o produto da mesa, especialistas recomendam que consumidores variem o tipo do grão a ser consumido. Entre os mais recomendados estão o feijão carioca escuro e o preto que são, em média, 25% mais baratos que o convencional.

 

"Eles custam menos mas tem valor nutricional idêntico ao do feijão que chamamos de extra. Apenas a coloração é diferente", explica o presidente da Ibrafe (Instituto Brasileiro do Feijão), Marcelo Lüders.

 


Veículo: Diário do Grande ABC


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