Merck Millipore abre nova frente de negócios com centro tecnológico

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Em plena crise econômica, no início de 2009, o grupo americano Millipore resolveu investir na montagem de um centro tecnológico no Brasil para ampliar a atuação da sua subsidiária no país. Fabricante de sistema de filtragem e de tratamento de água há mais de 50 anos e há 35 no país, o grupo decidiu transformar em negócio a área de serviços, que até então atuava mais como uma assistência técnica aos clientes. Comprada pela alemã Merck em março, o plano não sofreu alterações, os investimentos foram mantidos e os laboratórios do centro já estão operando.

 

O alvo principal da Merck Millipore, como passou a ser chamada a nova divisão do grupo alemão, é atender as farmacêuticas, que precisam atingir graus de precisão em seus processos de produção cada vez mais rígidos. O gerente regional para América Latina da divisão, João Luiz Builtron, conta que as novas exigências da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) obrigam os fabricantes de remédios a validarem não só o produto, mas todo o processo de esterilização por filtração. "Inclusive os equipamentos e a matéria-prima dos produtos. É ai que entramos oferecendo teste em nossos laboratórios que ajudam o cliente nessa certificação", diz Builtron.

 

A empresa já oferecia alguns desses serviços, mas tudo era feito na matriz, nos Estados Unidos. Agora o centro instalado em Alphaville (SP) vai atender toda a América Latina, com exceção do México. O que torna os serviços mais baratos e mais rápidos, e com o padrão de exigência do FDA (agência de fiscalização de remédios e alimentos dos Estados Unidos). É o quinto centro da companhia no mundo. Além da matriz, foram montados laboratórios desse nível na França, Índia e Cingapura.

 

O centro brasileiro tem capacidade para uma planta piloto de até 200 litros, permitindo reproduzir em laboratório a produção do cliente. A estrutura no Brasil inclui um auditório para palestras e treinamento de profissionais dos clientes e técnicos da própria Anvisa.

 

Ainda como Millipore, a empresa faturou US$ 40 milhões em 2009 no mercado brasileiro, sendo entre US$ 2 milhões e US$ 2,5 milhões vindos da assistência técnica. As exportações geram mais US$ 3 milhões, principalmente para os países do Mercosul, além de Colômbia e Venezuela. Em termos globais, a Millipore faturou US$ 2,9 bilhões no ano passado, com operações em 64 países e cerca de 10 mil funcionários.

 

O principal produto da empresa são os filtros usados para garantir a qualidade da produção, desde remédio a cerveja, por exemplo. Foi a origem da companhia. Mas a empresa também tem uma divisão de equipamentos, que desenvolveu um sistema para tratamento de água.

 

Builtron acredita que, em cinco anos, o centro tecnológico vai responder por 10% a 15% do faturamento no Brasil. Nos últimos seis anos, a receita da empresa cresceu, em média, 12% ao ano no país. E mesmo em 2009, apesar do primeiro semestre fraco, a empresa conseguiu crescer.

 

"Nosso desempenho depende muito da indústria farmacêutica e a projeção do setor para o Brasil é de crescimento de 12% a 15% ao ano. Então estamos confiantes", diz Builtron. A Merck Millipore tem uma equipe de vendas de 20 profissionais, todos são biólogos ou farmacêuticos. No total, são 105 funcionários no Brasil.

 

Há três anos a empresa comprou a Serologicals e entrou no segmento de anticorpos. Além dos laboratórios farmacêutico e de pesquisa, como os estatais Butantã e o Fiocruz, os produtos da Merck Millipore atendem os setores de bebidas, alimentos, têxtil e até aço.

 

Veículo: Valor Econômico


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