Carrefour, Walmart e Pão de Açúcar mudam executivos e estratégias

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Para analista, essas alterações indicam esforço de adaptação à expansão do consumo da nova classe média

 

Apesar do aquecimento da economia brasileira, com aumento do consumo, grandes redes varejistas como Carrefour, Walmart e Pão de Açúcar estão reformulando negócios no país para melhorar o desempenho.

 

O Carrefour informou que "decidiu ter um novo time de gestão e fazer uma análise rigorosa de sua operação".

 

Em julho, o grupo trocou o comando no Brasil. Nomeou presidente Luiz Fazzio, no lugar de Jean Marc Pueyo. Nos últimos meses, cinco executivos foram demitidos.
A empresa disse que, para "dar suporte" à nova diretoria, foi contratada uma ampla auditoria externa, coordenada pela KPMG, que deve terminar até o fim do ano.
O Carrefour projeta perdas de 180 milhões (R$ 420,6 milhões) neste ano no país, relacionadas à necessidade de provisões para cobrir, por exemplo, litígios tributários e baixas contábeis.

 

Preocupações com a rentabilidade também foram apontadas por analistas para a saída, há cerca de um mês, de Héctor Nuñez da presidência do Walmart no Brasil.
O executivo deixou a subsidiária do país para chefiar a operação do sul dos EUA. No lugar de Nuñez, assumiu Marcos Samaha.

 

E mesmo o Pão de Açúcar, que teve aumento de 16% nas vendas no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o resultado do mesmo período de 2009, também passou por mudanças recentes, em busca de mais agilidade nas decisões.

 

No início do mês passado, a rede anunciou que as diretorias foram divididas em seis áreas: varejo de alimentos, "atacarejo" (atacado que também vende para o consumidor final), eletroeletrônicos, negócios especializados, comércio na web e FIC (financeira).

 

A unidade de negócios especializados envolve drogarias, postos de combustível e área imobiliária.

 

Décio Pecequilo, analista-sênior da TOV Corretora, diz que as grandes varejistas ainda estão se adaptando ao crescimento do poder de consumo da nova classe média.
"Essa parcela da população tem comprado cada vez mais, mas o consumo de cada uma das famílias individualmente é feito com disciplina, considerado mês a mês", diz Pecequilo.
"As empresas têm que ganhar escala para aproveitar o potencial desse público. Para isso, precisam crescer, mas a expansão tem que ser feita de maneira calculada para não haver perda de rentabilidade", completa o analista.

 

Veículo: Folha de S.Paulo


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