Tradicional presente para toda a família, as cestas de Natal incrementam o faturamento das delicatessens de Belo Horizonte nos últimos meses do ano. Nas empresas consultadas pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO, as cestas, que podem custar até quase R$ 4 mil, colaboram para fazer de novembro e dezembro os meses mais lucrativos para o segmento.
De acordo com um dos sócios da Casa do Vinho com duas lojas na Capital, André Martini, normalmente o faturamento obtido pela companhia no último trimestre, corresponde a 40% dos resultados acumulados durante o ano. "As pessoas têm a tradição de comprar nesta época e aproveitamos para vender os produtos específicos para o Natal", disse referindo-se a itens como frutas secas.
Martini afirmou que, devido ao crescimento da demanda registrado com a aproximação do Natal, em 2010, a Casa do Vinho está aumentando sua oferta de mercadorias importadas em 25%, quando comparado com o ano passado. "O câmbio está favorável e a queda dos preços incentiva o consumidor a investir em produtos de maior qualidade", argumentou. De acordo com ele, somente para atender à procura por vinhos, a empresa possui atualmente em seu estoque 15 mil caixas.
Com o aquecimento do mercado, fruto do maior poder de compra dos brasileiros, o empresário espera vender neste ano cerca de 1 mil cestas de Natal com preços que variam entre R$ 55 (nove itens) e R$ 3.920 (45 itens). "Elas são muito procuradas, por serem atrativas para toda a família, já que possuem desde bebidas a doces", enfatizou. Martini disse que a comercialização de cestas neste ano deve ultrapassar as vendas registradas em 2009 em pelo menos 10%.
Empresas - Uma das maiores distribuidoras de vinhos finos do Estado, a Casa Montez espera vender em 2010 aproximadamente 700 cestas, cerca de 20% a mais do que em 2009. Segundo o diretor da companhia, Flávio Morais, a comercialização das cestas e baús será impulsionada pela demanda corporativa. "A maior parte dos nossos pedidos são de empresas interessadas em presentear seus funcionários", apontou. Segundo ele, neste caso, a maioria dos clientes opta por kits de no máximo R$ 150.
Para quem está disposto a pagar mais caro, a Casa Montez possui em seu portfólio de cestas pré-moldadas opções que vão até R$ 2 mil. Já as personalizadas vão do gosto de cada um e o preço varia de acordo com a disposição do cliente em gastar com itens mais sofisticados ou básicos. Morais comentou que as compras personalizadas devem representar 35% das suas vendas de cestas em 2010.
De acordo com ele, os kits mais simples (R$ 70) são compostos por 25 itens. Já os elaborados podem chegar a 350 itens e os baús personalizados a até 500 itens.
Todas as cestas são compostas por produtos como bebidas, doces e conservas. " essencial que os itens perecíveis tenham uma durabilidade de no mínimo 60 dias", observou Morais. Segundo ele, as expectativas para o Natal de 2010 são tão positivas que a Casa Montez contratou seis funcionários extras somente para participarem da montagem dos kits.
O empresário citou ainda a maior aceitação dos produtos importados pelos clientes. De acordo com ele, a queda do dólar também impulsionou a venda de artigos estrangeiros na Casa Montez e colaborou para a estimativa de 15% de crescimento para 2010.
O Royal Empório, localizado no Mercado do Cruzeiro, na região Centro-Sul da Capital, também está otimista com as vendas das cestas de Natal. O gerente da delicatessen, Frederico Rubger, disse que a loja optou por um planejamento estratégico para elevar as vendas do produto em 25% quando comparado com o exercício passado.
"Estamos trabalhando com uma maior variedade de cestas. A variação vai desde a quantidade à qualidade dos produtos", afirmou. Segundo ele, para chamar a atenção da clientela, a empresa optou por cestas pré-montadas, para atingir, inclusive, públicos específicos. "Fizemos kits masculinos com uísques e cervejas e femininos com espumantes, chás e chocolates", explicou. "Além disso, possuímos opções de kits diet e light", completou.
Rubger também apontou a maior demanda por itens importados. "As pessoas não estão apenas mais interessadas nos importados, elas querem também maior variedade de mercadorias estrangeiras", disse. "Precisamos ter pelo menos três marcas de um mesmo produto para conseguirmos atender à demanda", ressaltou. Segundo ele, os meses que antecedem o Natal também são os mais lucrativos para a loja, representando 30% do faturamento da empresa no acumulado do ano
Veículo: Diário do Comércio - MG