Empresas de alimentos começaram a estocar commodities agrícolas e fazer hedge de insumos para evitar os efeitos da forte elevação dos preços das matérias-primas. Em novembro, o açúcar já subiu 12,85% e o cacau, 1,80%. O trigo tem alta acumulada de 40,97% em 12 meses. "É de deixar qualquer um maluco", diz Ivan Zurita, presidente da Nestlé Brasil. Segundo ele, a variação nos preços das commodities tem sido o maior desafio da indústria de alimentação este ano.
A mineira Vilma Alimentos planeja comprar ainda este mês 80 mil toneladas de trigo argentino - o suficiente para garantir a produção até o fim de agosto do próximo ano. A farinha de trigo representa 75% do custo das 6,5 mil toneladas mensais de macarrão que a empresa produz. A Vilma também dobrou o estoque de açúcar para o fim do ano. A mesma estratégia seguem empresas de menor porte, como a Forno de Minas, que investiu em armazenamento para estocar 2,5 mil toneladas de fécula de mandioca (principal insumo do pão de queijo) e 600 toneladas de trigo a partir de fevereiro.
O Pastifício Selmi faz uma espécie de hedge com a compra antecipada de insumos a preços prefixados. "Aumentamos a carteira de compras, recebendo fisicamente em etapas programadas. Assim, travamos pelo menos o efeito cambial", diz Ricardo Selmi, presidente.
Veículo: Valor Econômico