Com a maioria dos moinhos fora do mercado, a paridade com o trigo importado passou a ser referência de preços para a safra nacional. No caso do Paraná, onde 90% da produção já foi colhida, as cotações se baseiam no preço do cereal paraguaio posto na indústria local. No início da semana, indústria da região metropolitana de Curitiba pagava R$ 470 a tonelada CIF, o que, considerando trigo do norte do Estado, equivale a menos de R$ 450/toneladas FOB.
Segundo o mercado, produtores paranaenses pedem entre R$ 460 e R$ 470/t FOB. Poucos negócios são realizados. A estimativa da Secretaria de Agricultura é a de que menos de 25% dos mais de 3,3 milhões de toneladas que devem ser colhidas nesta safra já foram vendidos. A fraqueza dos negócios no mercado interno se repete na importação, conforme traders e compradores da indústria. De acordo com eles, os estoques do grão em grande parte dos moinhos atendem ao processamento pelo menos até o início de janeiro - o volume de trigo adquirido no exterior até setembro superou o do mesmo período de 2009 e a indústria do Nordeste ainda tem trigo nacional negociado nos leilões do governo. Além disso, segundo essas fontes, após anos de forte oscilação de preços ninguém quer alongar estoques e correr o risco de pagar mais do que o necessário pela matéria-prima.
Veículo: O Estado de S.Paulo