A alta de 0,4% das vendas do varejo em setembro ante agosto mostrou uma expansão deste segmento de 3,4% no terceiro trimestre na margem, ante alta de 0,2% no segundo trimestre relativa ao anterior, comentou o economista da Tendências Alexandre Andrade. Tal resultado reforça sua estimativa de que as vendas de varejo devem avançar 11,4% neste ano, bem acima dos 5,9% de alta apurada em 2009. Para 2011, ele projeta um avanço do indicador de 7,1%, com um aumento do PIB, previsto por ele, de 4,8%.
Segundo Andrade, a média móvel trimestral das vendas de varejo em setembro apresentou alta de 1,01%, não muito distante da elevação de 1,2% de agosto e 1,1% em julho. Essas marcas são superiores ao registrado no segundo trimestre, pois apresentou alta de 0,1% em abril, elevação de 0,2% em maio e queda de 0,2% em junho. "A evolução das vendas de varejo no terceiro trimestre ante o registrado nos primeiros três meses deste ano está relacionada com alguns fatores, especialmente o aumento da renda da população e o bom nível de emprego registrado no País".
Para o economista, as importações justificam em parte o bom ritmo das vendas de varejo enquanto a produção industrial apresenta um desempenho modesto. A fabricação dos manufaturados registrou alta de 2,9% no primeiro trimestre, na margem, enquanto subiu 1,2% no segundo trimestre em relação aos três meses anteriores e caiu 0,5% entre julho e setembro, também na margem. O especialista acredita que o principal fator que explica a desaceleração da atividade das fábricas no País nos últimos seis meses é o acúmulo de estoques das empresas.
"A expectativa de muitos empresários de que as vendas de seus produtos seriam fortes neste ano talvez tenha gerado estoques em excesso que ainda não foram equacionados", comentou Alexandre Andrade. Segundo ele, dirigentes de empresas podem ter elevado a fabricação de mercadorias em demasia.
Veículo: DCI