Valisere acirra a disputa por roupa íntima com Marisa

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A Valisere arregaça as mangas para fazer frente a uma das maiores redes de varejo de moda feminina no Brasil, a Marisa, que no ano passado entrou no mercado de lingerie. Para não perder espaço, a Valisere, presente no segmento de roupa íntima desde 1934 como fornecedora, acaba de abrir a sua primeira loja própria, na Rua Oscar Freire, em São Paulo, e diz ter o objetivo de estar presente nas principais capitais do País em 2011. Além disso, a marca prevê ainda este ano inaugurar três franquias, duas das quais na capital paulista (Shopping Granja Viana e Shopping Villa Lobos), além de uma em Natal (RN) - em localização ainda indefinida. Segundo a empresa, a pretensão é abrir mais 10 lojas entre março e abril de 2011.

 

Quem não quer ficar para trás é a Marisa, que já possui 10 lojas voltadas ao segmento moda íntima, e até o fim do ano deve abrir mais quatro pontos. De acordo com dados divulgados em setembro passado, a rede fechará o ano de 2010 com 278 unidades, das quais 206 no conceito Marisa Ampliada (que vende para todos os perfis), 58 no Marisa Feminina e 14 no Marisa Lingerie.

 

De acordo com a gerente-geral de Marketing da Marisa, Andrea Beatriz, o mercado de lingerie representa em torno de 25% do faturamento da companhia, e no próximo ano a intenção é continuar a expansão. "Estamos animados com o resultado obtido até o momento: mesmo tendo grande parte da nossa área de vendas ainda em processo de maturação, vemos boas perspectivas para 2011. Pelo menos 17 novas lojas já estão garantidas para o ano que vem", explicou a porta-voz, que garante que os pontos de venda de lingerie estão dentro deste número.

 

Quem for até um ponto-de-venda Marisa Lingerie vai encontrar um mix de produtos por estilo de vida nas categorias moda jovem, casual, sensual, clássico, além de atributos e meias. Até o momento os pontos estão localizados em São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

 

Segundo o professor da Provar Claúdio Felisoni, o bom momento de vendas para a moda íntima deve-se à fomentação da classe C. "A lingerie, para a mulher, é um desejo de consumo e está diretamente ligado ao poder de consumo que ela possui nas mãos atualmente", explicou Felisoni.

 

Quem concorda é o presidente da Marisa, Márcio Goldfarb. "O processo de compra de moda íntima é diferenciado, e vimos no mercado o interesse e a demanda das clientes por uma loja com as características da Marisa Lingerie. Com isso, nasce um novo conceito em moda íntima no Brasil, com o mesmo posicionamento da Marisa, focada na nova classe média brasileira" diz.

 

Em números, isso resultou lucro líquido de R$ 41,6 milhões no terceiro trimestre de 2010, um aumento de 57,9% em relação ao mesmo período do ano passado. O período de expansão, intensificado a partir do terceiro trimestre deste ano, fez subir as despesas com vendas da Marisa, que apresentaram alta de 14,3%, passando de R$ 115,0 milhões para R$ 131,5 milhões nos nove meses de 2010.

 

Venda direta

 

Quem continua no porta a porta é a DeMillus, que hoje vende lingerie por meio das 135 mil revendedoras da marca no País, ou fornecendo suas peças para grandes redes de magazines. Segundo o diretor administrativo e financeiro da DeMillus, Nelson Cuptchik, hoje 70% do faturamento vêm das vendas diretas e 30%, do fornecimento de moda íntima para lojas convencionais.

 

Este ano a empresa espera aumentar seu faturamento em 20% em relação ao ano passado, quando obteve uma receita de R$ 330 milhões.

 

Em 2011 a DeMillus deve investir na contratação de mais 15 mil revendedoras e na ampliação da produção de peças. "Este ano está sendo ótimo para nós, pois a classe média ganhou poder de compra, porém as mulheres que pertencem a esta classe foram mais às compras do que os homens", ex plicou o diretor administrativo. Ele enfatizou que este número não corresponde só à venda de peças íntimas femininas, mas também peças masculinas, que hoje ocupam quatro páginas do catálogo de vendas entregue para as revendedoras, que possui em média 100 páginas.

 

Atualmente as peças masculinas representam 12% do faturamento da empresa, o que é muito, segundo Cuptchik. Para ele, quatro anos atrás este número não passava de 4%. "As peças masculinas estão vendendo mais, porém a compra ainda é feita por mulheres, sejam elas a esposa, a namorada ou a filha", explicou o porta-voz da DeMillus.

 


Veículo: DCI


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