Casino compra Carrefour na Ásia

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Negócio entre redes francesas inclui 42 lojas na Tailândia vendidas por US$ 1,18 bilhão

 

A rede varejista francesa Casino Guichard-Perrachon concordou em comprar o negócio francês do rival Carrefour na Tailândia por €868 milhões (US$ 1,18 bilhão), dando à companhia mais 42 lojas em uma economia que cresce mais rapidamente do que o mercado interno francês. As lojas que estão sendo adquiridas se somarão às 111 lojas do Casino na Tailândia, que operam com a marca Big C Supercenter. Com sede em Saint-Etienne, na França, o Casino - que no Brasil é sócio do Grupo Pão de Açúcar - obtém aproximadamente 6,3% do seu faturamento da Ásia. A França responde por quase dois terços das vendas.

 

O Casino, que bate em número de lojas a britânica Tesco, entre outras redes, está se expandindo na Ásia, sua terceira maior região, após França e América Latina. A varejista também estaria interessada em comprar a PT Matahari Putra Prima, rede de supermercados da Indonésia, segundo uma fonte familiar aos negócios do Casino.

 

Pelas lojas, a companhia está pagando o equivalente a 120% das vendas das 24 lojas e 13 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, segundo informou o Carrefour. A compra, que será finalizada no início de 2011, provocará uma valorização do ganho por ação do Casino de 0,4% nos primeiros 12 meses e de 2% em três anos, segundo o diretor financeiro da rede, Antoine Giscard D'Estaing.

 

Supermercados tailandeses do Carrefour devem fechar o ano com €734 milhões em vendas, diz Casino

 

O Casino opera na Tailândia desde 1999. A aquisição, que inclui oito supermercados e 34 superlojas no país asiático, gerará sinergias equivalentes a 1,2% das vendas estimadas para 2010 do Casino na Tailândia, informou a rede. Essas sinergias afetarão positivamente a distribuição, darão mais eficiência à operação e trará mais poder de negociação ao Casino, principalmente na área de Bangkok, onde a presença da empresa irá mais que dobrar, disse D'Estaing. Espera-se que as sinergias sejam completadas inteiramente até 2013.

 

As lojas tailandesas do Carrefour devem fechar o ano com faturamento de €734 milhões, segundo informou o Casino. A companhia teve um rendimento total de €26,8 bilhões no ano passado. As vendas grandes do Casino no país podem alcançar €1,8 bilhão em 2010, segundo D'Estaing.

 

Para o Carrefour, a venda faz parte do plano de vender todos os seus negócios na Tailândia, na Malásia e em Cingapura para dar mais atenção ao mercados da China e Indonésia. A rede varejista com sede em Paris disse que não via perspectivas de ocupar a liderança no mercado tailandês no médio ou longo prazo.

 

A rede britânica Tesco, que opera 663 lojas na Tailândia com o nome de "Tesco Lotus", é ainda considerada uma provável compradora das outras operações do Sudeste Asiático do Carrefour, segundo analistas da Shore Capital.

 

O Carrefour, segundo fontes ligadas ao negócio, foi assessorado pelo Goldman Sachs e pelo UBS. O Deutsche Bank, o Royal Bank of Scotland e a Rothschild auxiliaram o Casino, conforme as mesmas fontes do mercado.

 

Na Tailândia, o Carrefour opera 37 centros comerciais, que respondem por 50% do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização no país. O Casino está confiante de que pode melhorar a rentabilidade das lojas tailandesas do Carrefour, disse D'Estaing.

 

A compra será financiada em parte por recursos da própria operação do Casino na Tailândia e também com financiamento bancário, segundo informou a rede. A empresa faturou US$ 66,8 milhões com suas lojas tailandesas na primeira metade de 2010, conforme D'Estaing.

 

O Casino informou que pretende dispor de €700 milhões de seu ativos em caixa, além do €1 bilhão anunciado anteriormente, disse diretor financeiro. A companhia não tem nenhum plano de vender as lojas adquiridas do Carrefour, acrescentou ele. O Casino vendeu sua participação no varejista holandês Super de Boer no ano passado por €550 milhões. Em 5 de janeiro do ano que vem, o Casino na Tailândia fará uma assembleia extraordinária para aprovar o negócio com seu investidores locais.

 

Veículo: Valor Econômico


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