Para garantir a liderança no segmento, a Fast Shop - rede de varejo especializada em eletroeletrônicos - planeja aumentar o número de lojas com espaços dedicados à produtos e acessório da Apple com 22 novos pontos de venda. Assim, o grupo passa a ter maior rede Apple Shop em São Paulo e no interior capital paulista, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Curitiba e Brasília. O volume financeiro destinado ao investimento não foi divulgado pela empresa.
A rede, que atua com o foco no público da classe B, possui atualmente 62 lojas de eletroeletrônicos distribuídas nas Regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, e em Salvador (BA). Além disso, conta com vendas de seus produtos pela internet (e-commerce).
Com a perda da exclusividade na venda de produtos para o Ponto Frio, a Fast Shop ganha novos concorrentes. A rede controlada pelo Grupo Pão de Açúcar (GPA) começou, neste mês, a conversão de 44 unidades das lojas Extra Eletro localizadas no Estado de São Paulo para a bandeira Ponto Frio. Com isso, a Fast ganha um rival não são no formato, mas também em público-alvo.
A expectativa do Ponto Frio é a de que as conversões se encerrem até o final deste ano, quando a bandeira Ponto Frio passará a contar com 506 filiais.
Na busca de um diferencial para manter a liderança no segmento, a Fast Shop trouxe os Apple Shops como forma de garantir alguma exclusividade no mercado. "Será a maior abertura de pontos de venda ao mesmo tempo em um só país, levando a Fast Shop a ter maior rede Apple Shop do Brasil", afirma Luiz Pimentel, diretor de Marketing da rede de varejo de eletroeletrônicos.
A Fast Shop também aposta em novos formatos. No Shopping da Boa Vista, o grupo atua com um ponto de venda menor do que as lojas convencionais. Lá, vende apenas televisores de alta tecnologia como os de LED e com 3D, notebooks, netbooks e celulares de última geração para um público ainda mais selecionado.
Pimentel ainda explicou que, com o novo conceito e com a Apple Shop, a empresa deve continuar sua expansão. "E vamos continuar crescendo", complementa o executivo.
Está na moda
Seguindo o conceito de vendas de serviços que nasceu no Estados Unidos, a marca inspirada nos modelos norte-americanos inicia a venda de serviços de configuração dos equipamentos Apple, tanto na loja quanto em domicílio. O sistema inclui atendimento em hora marcada.
Para familiarizar os brasileiros com as novas tecnologias, as lojas criaram o Dia de Soluções Mac, evento que acontece um sábado por mês. Nesse dia, os consumidores presentes participam de um bate-papo/aula com um especialista. A ideia é que o cliente aprofunde seus conhecimentos sobre os produtos. O evento é gratuito.
Na semana passada, mais uma tradição americana chegou ao País: o Black Friday (Sexta-feira Negra). Neste dia, os grandes varejistas dos EUA acabam com seus estoques e oferecem aos consumidores descontos elevados. Para aproveitar o momento, empresas de varejo como Ponto Frio, Submarino, Extra e sites como o da Apple e Busca Descontos adaptaram a tradição ao e-commerce e oferecem descontos de até 70% em produtos como eletrodomésticos e vestuário.
Classe B
Segundo o assessor da Federação do Comércio de São Paulo (Fecomércio-SP), nos últimos quatro anos o crescimento de todas as classes foi de 20% a 30% ao ano, mas apesar de ter menos volume para gastar do que as classes C e D, os novos consumidores classe B têm duas vezes mais dinheiro do a classe A no Brasil. Prova disso é que segundo a Pesquisa Familiar do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do ano passado, enquanto a classe A tinha renda de R$ 421 bilhões para gastar, a B tinha R$ 862 bilhões.
O levantamento do IBGE aponta ainda que o potencial de consumo das classes B2 e B1 soma, neste ano, R$ 970 bilhões, 30% mais do que em 2009.
Segundo Fábio Pina, assessor econômico da Fecomércio, a classe B está cada vez mais sofisticada. "Os produtos que eles compram para casa já são diferentes, têm outros valores agregados".
Veículo: DCI