Produção de trigo vai crescer 11,8%, para 5,6 milhões de t

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A produção brasileira de trigo deve ficar em 5,6 milhões de toneladas este ano, um crescimento superior a 10% quando comparado com 2009. No entanto este ano houve uma redução de 11,8% na área plantada ante o ano passado. As informações são da Companhia de Nacional de Abastecimento (Conab), que pretende iniciar uma regulamentação para a melhoria da qualidade do trigo produzido no País em 2011.

 

O Brasil produziu, na safra de 1986/1987, 6,1 milhões de toneladas de trigo de qualidades diferentes, recorde nacional. Já a produção de 2009 mostrou que o País aprendeu a produzir mais em terrenos menores, e em 2010 não foi diferente, quando a área de produção caiu de 4 mil hectares para 2.428 hectares.

 

Para Paulo Magno Rabelo, analista de mercado da Conab, o ano de 2009, apesar dos resultados não se diferenciarem tanto se comparado a este ano, foi marcado pelas quebras de produção por conta do grande volume de chuvas. "A qualidade do trigo no ano passado foi péssima em função da chuva, então teve muito trigo que foi para a ração animal. Este ano o clima está bom e teremos um grande resultado, tanto na quantidade quanto na qualidade, que está muito melhor", garantiu Paulo Rabelo.

 

Ele afirmou que para garantir uma qualidade maior para o produto, o Brasil irá mudar o regulamento técnico de identidade e qualidade do trigo, alinhando regiões à melhoria de grão produzido nos estados.

 

Os produtores e sindicatos serão alertados e orientados sobre como melhorar a qualidade. "Estamos fazendo um trabalho que vai dar um resultado significativo, pois mudamos o regulamento técnico de identidade e qualidade de trigo, então trouxemos os indicadores do produto mais próximos daquilo que o mercado exige. Para evitar que o produtor fique plantando para o governo comprar, nós ajustamos o regulamento para melhorar o trigo."

 

O analista confirmou que diversas reuniões acontecerão no Paraná, nesta semana, para orientar os produtores de trigo sobre a escolha de plantas de qualidade. A regulamentação só entrará em vigor a partir de junho do ano que vem. "Essa semana faremos reuniões no Paraná entre cooperativas e sindicatos para orientar o produtor para que ele escolha cultivares que o mercado aceita. A partir do ano que vem iniciaremos esse trabalho, pois tentamos colocar esse regulamento na ativa este ano mas não conseguimos, ele ficou para junho de 2011", frisou Rabello.

 

Para a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Trigo), as áreas podem ficar ainda menores em 2011, por causa principalmente dos baixos valores atribuídos ao grão no mercado interno e a falta de políticas de comercialização do produto. "Vejo uma redução pequena de área. Pode ser que ela chegue a 5%, mas agora é difícil precisar isso, pois estamos finalizando uma safra, outro governo assumirá o comando, não sabemos a política que ele irá adotar, como será o cambio, como estará o estoque mundial de trigo, Canadá, Austrália e EUA terão problemas de secas ou não, entre outros", disse, Sérgio Roberto Dotto, chefe-geral da Embrapa Trigo.

 

Para o produtor de trigo do Rio Grande do Sul, José Antonio Veiga, a redução de área no estado pode superar a marca de 30% em 2011. "Este ano nosso trigo está com uma qualidade excepcional, mas por causa de problemas de comercialização, tanto no ano passado quanto neste, na minha região acredito que vamos diminuir a produção cada vez mais", e ainda emendou: "A coisa está tão ruim que estou produzindo linhaça no lugar do trigo que perdeu parte da área", finalizou.

 

Em relação às exportações, a expectativa deste ano ficou em 700 mil toneladas, ante as 1,070 milhão obtidas em 2009. Segundo Paulo Rabelo, essa disparidade é atribuída à baixa qualidade do grão produzido no ano passado, que aliado a necessidade de mercado em adquirir ração animal, provocou o aumento nas vendas externas.

 

"No ano passado nós exportamos 1,070 milhão de toneladas, isso em grande parte por conta das chuvas excessivas. A qualidade do trigo era tão ruim que até os EUA compraram trigo do Brasil para dar de alimento para os animais", disse.

 


Veículo: DCI


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