Coty, a maior fabricante de perfumes do mundo, deu um importante, e esperado, passo ontem. Seguindo o plano estratégico de ampliar o portfólio e quase dobrar o faturamento para US$ 7 bilhões em 2015, fechou acordo para comprar a OPI, companhia americana que vende mais de 200 cores de esmaltes em salões de beleza nos Estados Unidos.
As empresas não informaram o valor do negócio, mas duas fontes próximas à operação informaram que a Coty estaria pagando cerca de US$ 1 bilhão, em dinheiro, segundo a Bloomberg. A OPI foi fundada há quase 30 anos por George Schaeffer, que ainda comanda a companhia. Além de esmaltes, a OPI vende produtos para cuidar de pés e mãos e loções para o corpo.
"Consideramos a aquisição da OPI como um complemento para a Coty e uma extensão natural de nossa estratégia de oferecer um portfólio exclusivo de marcas de alguns dos produtos de consumo mais conhecidos de todo o mundo", disse Bernd Beetz, CEO da Coty, em nota divulgada ontem.
O anúncio da OPI é feito cinco dias depois de a Coty ter informado que comprará a fabricante de produtos para a pele e fragrâncias Philosophy, do fundo de "private equity" Carlyle. O valor desse negócio é estimado em US$ 1 bilhão.
Na Alemanha, a Coty também comprou, há 11 dias, a Dr Scheller Cosmectics, pertencente à russa OAO Concern.
A americana Philosophy - oportunidade para a Coty faturar mais com produtos de luxo particularmente nos Estados Unidos e na Ásia - aumenta as vendas anuais da sua nova dona em US$ 200 milhões. O faturamento do ano fiscal de 2010 da Coty é de US$ 3,6 bilhões.
Aquisições têm sido uma parte importante da estratégia de expansão desta empresa centenária, fundada em Paris por François Coty em 1904. Ela percente atualmente ao grupo alemão Joh A. Benckiser SE e sua sede é em Nova York. Em 2005, a Coty comprou a divisão de cosméticos da Unilever por pouco mais de US$ 860 milhões.
De certa forma, a estratégia de Beetz, de imprimir expansão acelerada à Coty, reafirma a visão de seu fundador. François Coty, que chegou a ser dono do jornal "Le Monde", é considerado o precursor do negócio de perfumes em escala global. Nos anos de 1920, ele já exportava para mercados distantes como América do Sul, além de Itália, Suíça, Alemanha e Espanha.
Veículo: Valor Econômico