O Grupo CRM, que fabrica produtos das marcas Kopenhagen, Brasil Cacau e DanTop - adquirida em 2007 - possui metas ambiciosas para 2011, que é triplicar o faturamento obtido com esta última marca e elevar o crescimento da Brasil Cacau em 250%. Este ano, a expectativa é de encerrar dezembro com a produção de 1,4 milhão de unidades de DanTop e para atender ao crescimento indicado, a estimativa da empresa é de alcançar 4,3 milhões de unidades até dezembro do ano que vem fato que elevaria a receita a R$ 12 milhões, valor três vezes superior às vendas atuais. Para este ano, a empresa estima fechar dezembro com um crescimento de 18% em seu faturamento sobre o registrado ao final de 2009.
Essa meta de expansão tem como base o aumento da capacidade de produção proporcionada pela nova fábrica, localizada em Extrema (MG) que foi inaugurada no fim de agosto de 2010. Os aportes nessa nova unidade foram de mais de R$ 100 milhões e levaram a empresa a poder fabricar 3,5 mil toneladas de chocolates ao ano. As marcas DanTop e Brasil Cacau, representam atualmente cerca de 20% do faturamento da companhia. "Vamos trabalhar para que estas marcas cresçam, já que atenderão as classes que representam a maior fatia no consumo no País" afirmou a vice-presidente executiva da empresa, Renata Moraes Vichi. Esses produtos da CRM têm como principal público-alvo consumidores das classes sociais C e D.
Para o reforço na produção dos chocolates das duas marcas, a unidade industrial da CRM programou o recebimento de maquinário de origem alemã e italiana, que custaram cerca de R$ 16 milhões. Com 100% do maquinário instalado, até o fim deste mês, a estimativa é atender a demanda para a Páscoa, com produção média de mais de 350 mil trufas ao dia e 252 mil tabletes, sendo 800 quilos de chocolate diários. "Estamos intensificando o trabalho com a Brasil Cacau. Projetamos crescimento de 250% para o próximo ano", conta ela.
Apesar de focar em doces, a empresa tem planos de expansão para outros segmentos da indústria alimentícia. "Ainda é cedo para falarmos, mas queremos diversificar nossa atuação no mercado de alimentos no País", afirmou o presidente da companhia Celso Ricardo de Moraes. A área total do parque industrial da companhia é de 217 mil metros quadrados. A ocupação atual responde por apenas 31 mil metros quadrados.
Segundo Moraes, após a finalização da transferência das linhas de produção do Grupo, de Barueri para a planta de Extrema, a nova etapa será expansão da fábrica. De acordo com o presidente, a ampliação pode se dar em dois novos módulos - uma de oito mil metros, com previsão para o início de 2011 e a outra ainda sem data para início. De acordo com o executivo, o segundo módulo de ampliação da unidade fabril, já comportaria os novos negócios da empresa. "Já temos espaço para comportar uma nova produção", afirmou o presidente.
Além disso, um aspecto importante para os negócios da CRM é a ampliação da base de distribuição de seus produtos, que passará a ser nacional. O executivo não revelou valores, mas indicou que essas marcas passarão a abranger todo o território nacional e chegarão a todas as regiões por meio de parcerias junto a distribuidores em todo o País.
Cenário
Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), Getulio Ursulino Netto, o consumo de chocolates no Brasil, já ultrapassa o de balas e de outros doces. A estimativa dele é de que o mercado brasileiro apresente um crescimento de 10% este ano na comparação com o ano anterior. Segundo ele, se esta previsão se confirmar o Brasil ocuparia a terceira posição na produção global de chocolates, passando o Reino Unido e ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da Alemanha, que segundo dados de 2009 produziram 1,55 milhão e 1,2 milhão de toneladas, respectivamente.
De acordo com a entidade, para este ano, o setor projeta um incremento de 15% nas vendas. Netto estima que as indústrias de chocolates, balas e confeitos no Brasil investirão cerca de US$ 400 milhões para os próximos três anos. Atualmente, o Brasil importa da Indonésia cerca de 50% do cacau utilizado.
A concorrente direta da Brasil Cacau, a Cacau Show também segue em ritmo de crescimento, em novembro a companhia abriu sua quinta fábrica, em Itapevi (SP). Os investimentos fazem parte do montante aplicado em 2010, no valor de R$ 22 milhões. O empresário Alexandre Costa tem planos de expansão para o exterior, a ideia é de abrir uma fábrica de chocolates na Bélgica.
Veículo: DCI