Trigo nacional sobe 10% com leilões e clima adverso na Austrália

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Com o escoamento de mais de 1 milhão de toneladas de trigo nos leilões do governo brasileiro e inundações na Austrália, os preços do trigo no Brasil tendem a se recuperar e a voltar a encostar na paridade de exportação. Desde o dia 25 de outubro, quando o governo começou a realizar os leilões de Prêmio de Escoamento do Produto (PEP), os preços já avançaram 10%, segundo a Safras & Mercado.

 

Élcio Bento, analista da consultoria, afirma que o mercado para o Brasil está começando a se aquecer e há até exportações do cereal gaúcho sendo feitas sem a ajuda do PEP. "O mercado estima volumes na casa das 100 mil toneladas", acrescenta.

 

No fim de outubro, a tonelada do trigo do Rio Grande do Sul estava em R$ 400, valor que ontem fechou a R$ 440. No Paraná, a tonelada do cereal avançou de R$ 450 para R$ 470 na mesma comparação, de acordo com a Safras & Mercado.

 

Mas ainda há mais espaço para subir, diz Bento. Por causa da pressão da grande safra no Mercosul, o trigo brasileiro se tornou praticamente o mais barato do mundo. Enquanto o cereal do Paraná colocado em São Paulo vale US$ 325 a tonelada, o paraguaio chegaria ao mesmo destino por US$ 350, o argentino a US$ 365 e o de Kansas (EUA) a US$ 445. "Apesar da safra grande no Mercosul, os preços aqui vão reagir. Eles estão há tempos descolados das bolsas internacionais", diz Bento.

 

O locaute dos produtores de grãos e de cereais da Argentina, que anunciaram paralisação de vendas a partir da próxima segunda-feira, a princípio, até o dia 24 deste mês, também pode ajudar a colocar lenha na fogueira.

 

Os moinhos no Brasil estão apreensivos com a duração do locaute. Na última paralisação, em 2008, as vendas argentinas ficaram suspensas por quatro meses, também em protesto contra as políticas de restrição às exportações impostas pelo governo argentino.

 

Em nota, a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) afirmou que haverá algum impacto se a paralisação perdurar por mais de sete dias.

 

Lawrence Pih, presidente do Moinho Pacífico, acredita que a suspensão argentina só fará diferença se persistir por mais dois ou três meses. A condição daria mais combustível para a alta de preços. "Vemos que quase metade da produção australiana, de 25 milhões de toneladas, perdeu qualidade. Se a Argentina sair do mercado, o preço vai subir mais", diz Pih.

 

Veículo: Valor Econômico

 

 


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