Empresas de brinquedos estudam novo modelo

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Carlos Tilkian, presidente da Estrela, apoia plano que prevê a produção conjunta de peças no Paraguai ou no UruguaiEmpresários do setor de brinquedos estiveram em Hong Kong e na China nos últimos quinze dias para discutir a criação de um novo formato de produção industrial. As companhias, lideradas pela Abrinq, entidade do setor, planejam instalar no Paraguai ou Uruguai uma unidade fabril que exportará brinquedos para o Brasil. A fábrica deve ser um investimento das empresas brasileiras e fará a importação de partes e peças de produtos da Ásia.

 

Esses itens seriam enviados dos países vizinhos ao Brasil - e sem impostos - visto que no Mercosul a alíquota de importação é zero. Além disso, como no Paraguai a importação de peças de brinquedos tem imposto muito baixo, apenas um tributo único de 1% sobre o valor agregado, e a mão-de-obra é barata, as empresas avaliam que ficarão mais competitivas.

 

A viagem dos empresários teve como objetivo apresentar o projeto para fabricantes da Ásia. A ideia é importar a tecnologia de um parceiro de lá para a produção num do Mercosul. "Evoluímos nessa discussão nos últimos dias", disse o presidente da Abrinq, Synésio da Costa, de Hong Kong. "A ideia é que nós [fabricantes] criemos uma estrutura no país vizinho ou que utilizemos uma estrutura fabril que já existe, de uma empresa paraguaia ou uruguaia".

 

É a segunda vez no último ano que o setor tenta articular um movimento no sentido de unir as suas estruturas para obter alguma vantagem na competição com os produtos asiáticos. Em maio de 2010, algumas companhias começaram a discutir um projeto de fusão de empresas que não avançou. Cerca de 60% das vendas de brinquedos no país são de importados da Ásia.

 

O projeto deverá ser apresentado até meados deste ano ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O MDIC informou que a Abrinq planeja discutir um "modelo de integração de operação no Mercosul". Mas o ministério ainda não tem detalhes do plano.

 

Na viagem à Hong Kong estiveram representantes das fabricantes Bandeirante, Estrela e Gulliver, apurou o Valor. "É algo que funcionou no México e pode ser aprimorado por aqui", disse Carlos Tilkian, presidente da Estrela. "Isso será levado ao governo como uma saída para um problema de competitividade da nossa indústria".

 

No México, essa formato de integração foi criado em 1965, com as chamadas "indústrias maquiladoras" que traziam peças e componentes da Ásia e montavam mercadorias no México com isenção de impostos. De lá, exportavam aos EUA. Brinquedos, eletrônicos e até alimentos foram beneficiados por esse programa apoiado pelo governo.

 

Como o plano é fabricar no Paraguai ou no Uruguai produtos de maior preço, com margem de lucro maior, os ganhos ajudariam o setor a criar novas vagas em áreas estratégicas no país, como desenvolvimento de produtos e marketing. Se as empresas brasileiras avançarem nesse projeto especificamente no Paraguai, podem favorecer-se dessa "lei das maquiladoras". É que lá, desde 2001, as fábricas podem importar peças e recolherem um único imposto, o equivalente a 1% sobre o valor agregado. Em contrapartida, a produção deve ser direcionada à exportação. No caso da indústria de brinquedos, ela viria toda para o Brasil.

 

 
Veículo: Valor Econômico


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