Nos dez primeiros dias de janeiro, o preço de verduras e legumes subiu 15%, em média, no mercado atacadista devido aos temporais e ao forte calor do verão. Itens mais sensíveis às condições meteorológicas já tiveram alta de até 60%. E esse reajuste será repassado ao consumidor nas feiras livres e supermercados ainda este mês.
De acordo com o economista da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), Flávio Godas, esse aumento de preços só não é maior porque estamos no período de baixa demanda em função das férias escolares. No entanto, ele explica que entre o final deste mês e o fim de fevereiro deve haver mais pressão para elevar os preços desses itens alimentícios.
Alguns produtos cujos preços já foram reajustados foram brócolis, couve-flor e rúcula, que apresentam 60% de aumento desde 1º de janeiro. As hortaliças em geral estão mais caras, informa o economista. A opção é procurar produtos mais resistentes, como repolho e acelga no caso das verduras, além de batata, cebola, mandioca, berinjela e milho verde, que atualmente têm bom preço.
“Para frutas e pescados há normalidade no abastecimento e nos preços. É interessante aproveitar os produtos da época, como melancia, melão, maracujá, banana, uva e mamão, que estão com boa qualidade e preço”, diz Godas. A última enchente na companhia não afetou preços e abastecimento, segundo o economista.
Outra preocupação em relação ao clima é com os grãos. Para o vice-presidente da Associação Paulista dos Supermercados (Apas), Orlando Morando, a estiagem que atinge o Sul do País preocupa. “O que choveu aqui faltou lá. E a região é o principal produtor de grãos. Poderemos ter aumento do arroz, produtos de soja, produtos que dependem do milho – o item é base para ração animal e pesa no preço da carne.”
Balanço
Em 2010, o Índice Ceagesp caiu 1,73%. As verduras recuaram 37,33% no ano e os legumes 22,76%. “Não tivemos geadas no meio de ano e a produção foi boa. Foi bom para o consumidor, mas nem tanto para o produtor que teve de trabalhar com o preço próximo ao de custo”, diz Godas.
O Índice de Preços dos Supermercados (IPS) desenvolvido pela APAS teve 8,73% de aumento em 2011. A elevação teve influência do crescimento do consumo – alta no volume de vendas de 11% no período – e também aumento de alguns itens, como a carne, que ficou 33,74% mais cara em 2010.
Os demais itens que subiram nos supermercados foram feijão (53,52%), carne de ave (26,85%) e leite longa vida (22,61%).
Veículo: Jornal da Tarde - SP