Carrefour amplia venda e confirma perdas

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A despeito dos escândalos contábeis que assolaram a filial brasileira do Carrefour, o Brasil se destacou no balanço de 2010 da multinacional francesa. Nos resultados divulgados ontem, as vendas mundiais somaram € 101 bilhões, com aumento real de 2,5%. No Brasil a alta foi de 13,2%.

 

Sobre as perdas registradas com a revisão das demonstrações financeiras no Brasil, a varejista informou que a avaliação feita pela KPMG levou cinco meses e já foi concluída. Na análise, antecipada em outubro pelo Valor, concluiu-se que dos € 550 milhões já anunciados em baixas contábeis nos resultados, mais de 40% se referem às despesas extraordinárias relativas ao ano de 2010. Nessa soma (foram € 240 milhões) estão incluídas pendências em ações trabalhistas na Justiça e descontos que teriam sido negociados com fornecedores, mas não foram embolsados. Ao se incluir as perdas nessas áreas em 2009, a conta sobe para € 266 milhões.

 

Em depreciações de produtos, ou seja, redução do valor do estoque que a rede dizia existir, a perda foi de € 202 milhões nos dois anos, período em que o lucro operacional encolheu em € 82 milhões, sendo que grande parte foi relacionada ao ano de 2009 (€ 52 milhões).

 

Pela primeira vez, a rede admite que decidiu fazer "mais auditorias internas e externas em diversos países". Essas revisões resultaram em uma despesa de € 54 milhões nos resultados de 2010. A varejista não informa em quais países realizou novas auditorias.

 

No Brasil, o desempenho foi puxado pelo Atacadão, rede de atacado que também vende ao varejo, com 70 lojas em 21 Estados e no Distrito Federal. No ano passado, foram abertos 12 pontos de venda. Em compensação, a área de hipermercado, cujo modelo está sendo revisto pelo Carrefour em todo o mundo, tem 114 lojas no país, com apenas uma aberta em 2010.

 

Na França, o crescimento real das vendas brutas de 2010 foi de 1,5%, para € 41,8 bilhões. A Europa, excluindo o mercado francês, registrou queda de 2,3% no ano. América Latina e Ásia, respectivamente, cresceram 14,6% e 14,9%.

 

Considerando as vendas nas mesmas lojas, a América Latina apresentou o melhor desempenho: alta de 7,9%. No mesmo critério, o Brasil cresceu 5,5%. As vendas totais no país em 2010 atingiram € 12,5 bilhões.

 

Veículo: Valor Econômico


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