Área plantada de trigo deve voltar a recuar no Brasil

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Após mais uma safra com preços deprimidos e necessidade de ajuda do governo para a comercialização, produtores de trigo do Paraná podem reduzir novamente a área plantada com a cultura na próxima temporada, cujo plantio começa em 11 de março.

 

O Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná deve concluir no fim deste mês seu primeiro levantamento de intenção de plantio, mas, segundo a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), deverá haver redução, a segunda consecutiva.

 

Na safra do ano passado, a área plantada no Brasil recuou 11,5%, para 2,126 milhões de hectares, sendo que a redução no Paraná, maior produtor nacional do cereal, foi de 11,8%. Para esta temporada, diz Robson Mafioletti, engenheiro agrônomo da Ocepar, a queda no Estado pode ficar entre 5% e 10%. "Além de o preço do trigo estar ruim, há neste ano uma opção interessante no inverno que é o milho safrinha", diz Mafioletti.

 

Comparação realizada pela Ocepar indica que os preços internacionais subiram 79% nos últimos doze meses - considerando a média das cotações na bolsa de Chicago no mês de fevereiro de 2010 com o fechamento do mercado na última segunda-feira. Ontem, o contrato maio fechou em alta de 15,50 centavos de dólar com o bushel a US$ 9,06. No Paraná, a alta nos últimos 12 meses se limitou a 4,4%.

 

Esse descolamento decorreu de uma produção expressiva do cereal nos países do Mercosul com a grande oferta no Brasil - que, apesar da redução de área, registrou produção 17% maior devido ao clima favorável.

 

Desde setembro de 2010, pico da safra de trigo no Brasil, até dezembro, o país importou 1,8 milhão de toneladas do cereal (exceto trigo duro ou para semeadura), 12,5% mais do que em igual intervalo de 2009, conforme dados do Sistema Alice, do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Em valores, a operação significou gastos de US$ 496 milhões, ante os US$ 378 milhões de igual intervalo no país.

 

A safra brasileira, de 5,7 milhões de toneladas do cereal, só está conseguindo, em parte, ser comercializada devido à realização de leilões de escoamento de produto pelo governo.

 

Eugênio Bohatch, diretor-executivo da Associação Paranaense de Sementes (Apasem), afirma que a demanda por sementes neste momento ainda está tímida por parte do produtor de trigo, que ainda espera definições do governo quanto ao preço mínimo da próxima safra, assim como condições de custeio.

 


Veículo: Valor Econômico


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