Indicador de preços de café da OIC atinge máxima em 17 anos

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Entidade atribui alta a estoque baixo e consumo elevado

 

Os preços do café no mercado internacional ainda não encontraram uma barreira forte o suficiente para interromper a trajetória ascendente que teve início a partir do segundo semestre do ano passado. O indicador de preços da Organização Internacional do Café (OIC) - composto pelas médias das cotações do café brasileiro, colombiano, robusta, outros suaves e também de Nova York - encerrou o mês de janeiro no patamar mais elevado em 17 anos e dentro de uma conjunta que projeta novas altas.

 

A média mensal de janeiro para o indicador da OIC foi de US$ 1,973 por libra-peso. O valor representa um avanço de 7,1% em comparação ao preço de dezembro e um crescimento de 55,5% ante o mesmo período do ano passado, quando o indicador fechou a US$ 1,268 por libra-peso.

 

O relatório mensal de mercado da OIC chama a atenção para o fato de os fundamentos do mercado estarem fortes o suficiente para suportar essa valorização dos preços. "O volume de produção esperado para o ano-safra 2010/11, a dinâmica de crescimento do consumo mundial e os baixos níveis dos estoques continuam favorecendo os preços", afirma o documento.

 

E dentro desse cenário, o café brasileiro tem ganhado destaque. O produto foi o que mais se valorizou nos últimos meses segundo as estatísticas da OIC. Cada libra-peso do café arábica do Brasil terminou o mês de janeiro valendo US$ 2,197, ganho acumulado de 67%. O desempenho só não foi melhor do que as médias registradas pelo produto negociado na bolsa de Nova York, onde a cotação média de janeiro foi de US$ 2,378 por libra-peso, alta de 67,5% em doze meses, segundo o levantamento do Valor Data para os contratos de segunda posição - geralmente os de maior liquidez na bolsa. Na bolsa americana, os contratos para maio fecharam o pregão de ontem cotados a US$ 2,496 por libra-peso, queda de 0,8% (210 pontos).

 

Apesar da forte valorização do café brasileiro, ele ainda está longe de ser o mais valorizado. Os suaves colombianos seguem como os mais procurados e valem no mercado internacional US$ 2,798 por libra-peso. A cotação do produto colombiano, assim como a do brasileiro, é a mais alta desde 1998 e acumulam nos últimos doze meses uma valorização de 35%, com ganho de 7% sobre os preços médios de dezembro, segundo a série histórica da OIC.

 

Diante de preços tão altos, as exportações brasileiras tiveram o melhor mês de janeiro dos últimos cinco anos, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Foram embarcadas no mês passado 2,72 milhões de sacas, um aumento de 9,3% sobre janeiro de 2010. Em receita, os embarques renderam ao país US$ 581,57 milhões, 50% a mais que o mesmo mês do ano passado.

 

Veículo: Valor Econômico


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