O clima quente e o excesso de chuvas deste início de ano tornaram alimentação saudável mais cara. Pelo menos é o que aponta o IPV (Índice de Preços no Varejo), medido pela Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo).
Segundo o estudo, os preços de peixes, frutas, verduras e legumes, registraram incremento de 0,39% em relação a dezembro, e de 4,62% quando comparado aos últimos 12 meses. Já segmentado os produtos, as hortaliças como alface, rúcula e repolho são as que demonstram maior alta, ficando até 26,61% maiores na comparação com dezembro.
"Não para de chover e isso traz consequências no preços. Para que isso se estabilize e volte ao normal, é complicado. Precisa que o clima melhore para que haja aumento na oferta, mas muitos produtos precisam de prazo para se recuperar", aponta o assessor econômico da Fecomercio, Guilherme Dietze.
Quem compra peixes nos supermercados viu o custo subir 4,19%. Já o preço das frutas, verduras e legumes, teve incremento ainda mais significativo: 4,38%, 15,03% e 23,42%, respectivamente.
E os que preferiram a feira para negociar valores também não foi muito bem-sucedido. O preço das frutas teve ligeira variação de 0,06%. Os legumes, por sua vez, tiveram incremento de 7,45%.
O engenheiro agrônomo da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), Fábio Vezzá de Benedetto, estima que os itens só devem ficar mais acessíveis com a chegada do outono, que começa em meados de março, no entanto, isso não será logo no início da estação . "O produtor vai precisar aprontar a terra, plantar. Isso leva algum tempo. A expectativa é de que comece a melhorar em abril", prevê.
No entanto, o engenheiro avalia que, nesse período, alguns produtos entram na entressafra, como a laranja, o que também alterará valores. "Alguns melhoram, mas outros devem a subir. Isso é comum da época", diz.
Veículo: Diário do Grande ABC