Refeições corporativas devem subir a 10,5 mi de pratos por dia

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O ramo da alimentação corporativa, que se instala dentro de companhias e serve comida aos funcionários, em 2011 deve crescer 15,7%, e faturar R$ 12,5 bilhões ao distribuir 10,5 milhões de pratos por dia, como espera a Associação Brasileira de Refeições Coletivas (Aberc). O segmento é um termômetro para a atividade econômica nacional, pois reflete (e se beneficia com) a abertura de negócios e a contratação de mão de obra no País. A empresa GRSA - considerada a maior companhia, que atua no segmento com a solução ATTA -, prevê um aumento de 15% na fatura anual, ou seja, pretende lucrar R$ 240 milhões a mais sobre o mesmo valor obtido em 2010, de R$ 1,6 bilhão. O ano passado foi considerado marcante pela diretoria da empresa por conta do fechamento de 250 contratos de prestação de serviço a outras companhias.

 

"Temos tido crescimento no interior do Estado de São Paulo; e um nicho que vem se destacando é Curitiba, onde montadoras tem se instalado", disse a diretora regional de Empresas da GRSA, Márcia Chilio. Segundo ela, os serviços da ATTA, que correspondem a 30% do faturamento da área de Empresas da companhia, estão concentrados (90%) em terras paulistas, mas a demanda cresce no Paraná.

 

No Brasil, mais de 1.800 operações são mantidas pela empresa. Uma tendência de mercado, nas palavras de Márcia, é a de que "cada vez mais, o empresário deixa o funcionário participar do benefício da hora do almoço".

 

Com isso, ela quis dizer que as refeições coletivas deixam de ser oferecidas de maneira básica, com preços únicos, e passam a levar aos restaurantes internos opções que podem encarecer o valor do prato, mas tornam o almoço mais saboroso.

 

"O serviço de alimentação é mais do que servir o cliente, tem a ver com qualidade de vida", enalteceu a diretora regional. A solução da ATTA, que serve diariamente 1,4 milhão de pratos, inclui ambiente para repouso e atrativos que podem ser escolhidos pela empresa contratante, como mesas de jogos.

 

Meta ousada

 

A Nutrin, que ocupa o 5º lugar no ranking de grandeza da Aberc, espera ganhar ao longo deste ano 42,4% a mais do que faturou em 2010 (R$ 197,6 milhões), o que poderá resultar num total de R$ 282 milhões. Neste mês, a companhia passa a ser a acionista majoritária das ações da rede Bom Gosto, do mesmo segmento, que atua em Espírito Santo.

 

"Vemos na fusão da Nutrin com a Bom Gosto um potencial extremamente interessante para ambos os lados", declarou o diretor-geral da empresa paulista, Aderbal Nogueira. "Com a implantação de todo know-how que possuímos, mais alguns investimentos, aliados aos bons resultados operacionais que a Bom Gosto já obtinha, a fusão, além de ser estratégica para posicionar a Nutrin no mercado capixaba, nos levará à conquista de resultados bastante satisfatórios", afirmou.

 

Atualmente, a Nutrin serve 210 mil refeições ao dia, mas quer chegar à marca de 277 mil, equivalentes a 30% a mais do que servia em 2010. "Devido a uma série de acontecimentos econômicos, políticos e sociais - a descoberta do Pré-Sal, entre outros -, o mercado de refeições empresariais vive um constante aquecimento", analisou Nogueira.

 

Liga comercial

 

A Associação Brasileira de Refeições Coletivas (Aberc) congrega 89 companhias do segmento de alimentação corporativa. A maior parte delas está no eixo das regiões sul e sudeste, principalmente no Estado de São Paulo. O diretor superintendente da sigla, Antônio Guimarães, considera que as associadas compõem o grupo de grandes negócios do ramo.

 

No total, são 100 empresas desse porte, enquanto há cerca de outras 800 na categoria de "pequenas para micro", como classificou o representante.

 

"O mercado é estável, não existe aumento do número de companhias. Quando possível, há crescimento no número de contratos", afirmou Guimarães, segundo o qual o ano de 2010 foi muito bom para o mercado de refeições coletivas. E 2011 está sendo ainda melhor, a julgar pela atual situação econômica do Brasil, que favorece a criação de novas empresas e, logo, a contratação de funcionários.

 

Abertura

 

O empreendedorismo segue forte no País e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) mostra que o número de abertura de empresas mais do que dobrou no ano passado, quando foram constituídas 1.370.464 empreendimentos, enquanto em 2009 esse dado apontava a criação de 680.881, segundo estudo da entidade. "Toda companhia nova beneficia o segmento das refeições coletivas", disse Guimarães.

 

"Como a base do nosso negócio são as empresas, regiões como São Paulo, Campinas e São José dos Campos tem mais mercado [para a atuação]. Mas há núcleos médios em Manaus, Pernambuco e Bahia", conforme apontou o superintendente.

 

Fundada há 16 anos, a Gran Sapore é forte empresa do ramo na área latino-americana de restaurantes corporativos. Com mais de 1.000 restaurantes por todo o País, a companhia atende a mais de 850 mil refeições servidas diariamente. Para atender essa demanda, a Gran Sapore trabalha com mais de 15 mil colaboradores. Em 2010, o faturamento da empresa foi de aproximadamente R$ 900 milhões. "Nós realizamos investimentos constantes na capacitação de pessoal e em novos negócios", diz Daniel Mendez, presidente da Gran Sapore. Desde que foi criada, a empresa cresce, em média, 30% ao ano.

 

A empresa iniciou suas operações internacionais em junho de 2007, quando adquiriu a Coral Alimentação, empresa mexicana de refeições coletivas. Atualmente, serve mais de 55 mil refeições no México e Colômbia. A Gran Sapore se prepara para continuar seu processo de internacionalização e oferecer suas refeições para clientes de outros países. A Gran pretende implementar a tecnologia IOS em todos os seus restaurantes, para otimizar serviços.

 


Veículo: DCI


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