Chuvas provocam aumento de mais de 21% nos legumes

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Os legumes e verduras, em função das chuvas e das altas temperaturas, perdem qualidade e quantidade, e o reflexo disso é o acentuado aumento dos preços

 

Os setores de Verduras e Legumes fecharam os dois primeiros meses do ano com preços em alta, afirmou a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). Somente em fevereiro, os legumes apresentaram a maior elevação entre os setores, com 21,78%. Assim como nas lavoruras de soja, o excesso de chuvas nas regiões produtoras resultou em retração da quantidade ofertada, perda de qualidade e elevação dos preços praticados.

 

Apesar das altas de preços apresentados pelos setores de verduras, e legumes, Flávio Godas, economista da Ceagesp, afirmou que os preços deste ano ficaram mais baixos que os valores registrados em 2010. "No primeiro trimestre os legumes e verduras em função das chuvas e das altas temperaturas perdem qualidade e quantidade, e o reflexo disso é o aumento dos preços. Os legumes e verduras subiram menos que o esperado, até pelo problema que tivemos no Rio de Janeiro, que é uma grande região produtora. As altas das verduras foram inferiores ao mesmo período do ano passado em 25%, e os legumes ficaram com preços 8% menores ante 2010. Então mesmo com todos os problemas os preços não subiram tanto e ficaram abaixo do esperado", disse ele.

 

O setor de legumes que apresentou a maior elevação, com 21,78%, teve como destaques a abobrinha italiana, no qual o preço saltou 35,78%, e fevereiro ante o mês anterior, a mandioca com 16,06% e do pimentão verde com 13,9%. Alguns produtos fecharam o mês em queda como o quiabo com queda de -13,7%, do chuchu com 9,8% de baixa e do pimentão amarelo que fechou o mês com queda de 3,14%.

 

Godas disse que a expectativa é que a partir da segunda quinzena deste mês os preços devam recuar. "Obviamente, as condições do clima serão fundamentais para determinar o volume ofertado e os preços praticados, mas acredito que a partir do meio do mês os valores voltem a baixar".

 

As verduras também tiveram alta significativa de 15,22%. As principais elevações foram do agrião (30,8%), do brócolis (32,1%) e do repolho (23,53%). As baixas mais significativas foram do coentro (-12,64%) e da alface americana (-3,64%). "As hortaliças são mais sensíveis as chuvas, e isso gera queda de qualidade e diminuição da oferta. O preço da alface caiu 14%, por conta da grande oferta do produto e um consumo menor. Isso deve continuar neste mês de março. A maior oferta é um movimento atípico, pois apenas em junho e julho registramos boa quantidade de alface sendo ofertadas", frisou.

 

Já os preços dos produtos classificados como diversos, que incluem a cebola, batata e ovos, fecharam com leve alta de 0,94%, com destaque para cebola que teve alta de 5,3% e ovos com, 11,1%. Já a batata lisa teve queda de 2,66%. " O preço dos diversos estão muito baixos, chegam a quase o preço de custo, tanto a batata quanto a cebola, pois a oferta estava muito grande. A tendência é que a oferta recue um pouco, e os preços voltem a subir", contou Godas.

 

Frutas

 

O setor de frutas permaneceu com os preços praticamente estáveis, com retração de apenas 0,12%. As principais quedas foram da uva com 24,26%, da manga com queda de 27,2% e da banana nanica que recuou 8,83%. "O setor de frutas está equilibrado porque recebemos frutas de diversas regiões brasileiras e de alguns países, fato este que ajuda a manter a estabilidade".

 

Entre os produtos que fecharam com alta de preços está a laranja com alta de 20,2%, o abacaxi com 9,92%, e o limão com 6,51. Godas comentou que, por conta de doenças, a laranja teve oferta menor. Outro fator que puxou a alta das frutas foi o maior consumo do produto pelas indústrias.

 

Veículo: DCI


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