P&G quer disputar 10 novos mercados no Brasil até 2015

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Estratégia: Plano de expansão da líder internacional de bens de consumo será implantado em 12 países

 

Um projeto mais agressivo de expansão da Procter & Gamble no mundo foi apresentado para um grupo de analistas estrangeiros há cerca de 15 dias - e o Brasil está incluído nessa nova análise. Num encontro fechado, ocorrido na cidade de Boca Raton, na Flórida, EUA, a companhia elevou o número de segmentos em que pretende atuar nos países emergentes até 2015. Essa soma passou de 19 para 24 categorias, e deve incluir segmentos em que estão as "global billion brands" da P&G - linhas de produtos que vendem mais de US$ 1 bilhão ao ano no mundo.

 

A companhia é fabricante do Pantene, Ariel, Always e Gillete, num total de 300 marcas.

 

Dos mais de 180 países onde a companhia atua, ela mencionou no relatório apenas 12 países, e entre eles o Brasil. De acordo com os dados, a presença da empresa em categorias no país teria que passar dos atuais 14 para 24 num intervalo de cinco anos.

 

Essa soma de 14 segmentos em operação hoje é menor do que a existente em cinco países emergentes, como China e Rússia. Mas é maior do que o verificado na Índia, Egito e Indonésia.

 

Esse salto de 14 para 24 categorias no Brasil até 2015 equivale, portanto, a uma média de duas novas categorias de atuação por ano - em 2010, em menos de três meses, a P&G no país lançou três novas marcas e entrou na área de cosméticos com a marca Olay.

 

Ao se analisar a lista de produtos vendidos pela P&G no mundo, com faturamento bilionário, e aquela presente no país, é possível ter um ideia dos próximos passos da companhia por aqui - algo que o grupo mantém sob total sigilo.

 

A P&G tem em seu portfólio produtos com forte presença global, como os amaciantes Bounce, o papel higiênico Charmin e a marca de cosméticos CoverGirl. Ainda nessa cesta de marcas com alta aceitação lá fora, está o desodorizador de ar Febreze. O produto até já começou a ser vendido no Brasil em 2010, mas em algumas poucas redes varejistas, numa espécie de projeto piloto para testar a força da linha no mercado local.

 

Ainda há outro segmento, de produtos para cuidados masculinos, em que P&G teria alto potencial de crescimento no país. A marca Old Spice, com 80 itens como sabonete líquido e perfume para homens, não está à venda no país, mas há informações no mercado de que a P&G já estaria pensando em trazer a linha para cá em 2011. Além desse setor, a P&G teria interesse em entrar com a marca CoverGirl na área de cosméticos em até três anos. A P&G não confirma.

 

Em três desses quatro segmentos acima citados, a concorrência não é das maiores. Duas ou três multinacionais atuam na área de amaciantes e papel higiênico no Brasil. Mas são fabricantes de peso, como Unilever e Kimberly-Clark, que reagem a qualquer movimentação ampliando investimentos.

 

A P&G não dá detalhes sobre suas próximas apostas. Gabriela Onofre, diretora de assuntos corporativos da P&G Brasil, comenta que "a intenção é entrar, de forma cada vez mais consistente, com as grandes marcas da P&G nos principais mercados pelo mundo", diz. "A companhia possui marcas globais com enorme potencial e enxerga muitas oportunidades no mercado brasileiro nos próximos anos", completa. Na reunião dos analistas em Boca Raton, um animado Bob McDonald, o presidente mundial da P&G, passou sinais claros de confiança ao mercado sobre os planos do grupo. "Nós precisamos tocar mais e melhorar a vida das pessoas. Temos o programa de inovação mais forte de que me recordo em 30 anos de empresa".

 


Veículo: Valor Econômico


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