Disparada das cotações do açúcar e do cacau, matérias-primas básicas do produto, no mercado internacional, vão pesar agora no bolso dos "amantes" do chocolate, que pagarão até 7% a mais pela guloseima.
"Esperamos vender 25% a mais este ano, com estímulo do feriado de Tiradentes", disse Renata Vichi, vice-presidente do Grupo CRM.A Páscoa, data mais esperada por muitos "chocólatras", está chegando. Mas pode não ser tão doce quanto poderia. Isso porque os preços dos ovos neste ano ficarão acima do registrado na mesma data em 2010. A disparada das cotações do açúcar e do cacau – matérias-primas básicas do produto, no mercado internacional, nos últimos meses – vão pesar agora no bolso dos amantes do chocolate.
Os ovos da Lacta poderão custar até 3% a mais, em comparação à Páscoa do ano passado. "Só o preço do açúcar teve alta de 20%. O do cacau, de aproximadamente 13%, e os custos com a mão de obra chinesa (de onde são importados os brinquedos inseridos nos ovos infantis) também apresentaram crescimento de outros 20%", diz a gerente de Páscoa da companhia, Mariana Perota. O repasse, segundo ela, só não foi maior por conta do estoque de cacau da empresa, que se garantiu no no mercado futuro e conseguiu segurar o preço. A produção da Lacta neste ano será 8,7% maior que a do ano passado, passando de 23 milhões de ovos para 25 milhões. O produto mais vendido, segundo a executiva, é o ovo Sonho de Valsa.
Já os preços dos ovos fabricados pela Kopenhagen, DanTop e Brasil Cacau, do Grupo CRM, ficarão aproximadamente 7,5% mais altos, também por conta do aumento da matéria-prima. A vice-presidente executiva do CRM, Renata Vichi, diz que serão fabricadas 370 toneladas de chocolates nesta Páscoa, o que representa um aumento de 25% em comparação à data de 2010.
"Ovos em embalagens especiais fazem parte de um mercado que cresce até 25% ao ano", explicou Marco Nonis, diretor da Nestlé."O feriado de Tiradentes será junto com a Páscoa e isso estimula os negócios. Outro fato positivo é que a temperatura, mais baixa, é um convite à compra do chocolate. E as dívidas de início de ano, como material escolar e impostos, já foram pagas", afirma Renata. A executiva estima que as 280 lojas da Kopenhagen e as 135 da Brasil Cacau registrem negócios da ordem de R$ 400 milhões – alta de 30% em relação à Páscoa passada.
Chocolates especiais – Voltada para o segmento gourmet, a Barry Callebaut espera que as vendas sejam 7% maiores no período de Páscoa deste ano. A companhia, que nasceu da fusão da belga Callebaut e da francesa Cacao Barry, fornece para marcas como Chocolat Du Jour e La Vie em Douce e já registra crescimento médio de 15% no mundo e 30% no Brasil, anualmente. O preço do produtos será 5% maior, por conta do aumento das commodities, segundo o gerente de marketing Plinio Freitas. "A companhia tem grande interesse no mercado brasileiro. A população está acostumada com o chocolate mais doce, mas vai apreciar o produto com quantidade maior de cacau, porque faz bem à saúde", afirma.
Embalagem para presente – Além das tradicionais marcas, que serão vendidas no formato ovo de Páscoa, com destaque para o lançamento do Suflair, a Nestlé aposta no formato gift. "As embalagens dos ovos Alpino, por exemplo, são um presente para quem adora chocolate", diz o diretor de chocolates da Nestlé, Marco Nonis. "É um mercado que cresce até 25% ao ano".
A produção de ovos da companhia terá aumento de 5% este ano, com total de 15 milhões de unidades. Segundo ele, os consumidores não sentirão alteração no preço dos itens. "A Nestlé não repassou o aumento de 40% verificado no valor do cacau e do açúcar. O problema nos países que fabricam o cacau não começou agora. Por isso encontramos uma saída", diz Nonis.
Veículo: Diário do Comércio - SP