Os Estados de Sergipe e da Bahia pretendem ampliar suas áreas de produção da fruta esse ano em 50%. E o nordeste terá sua fábrica de suco em 2012. - São Paulo
Os Estados da Bahia e de Sergipe pretendem se firmar como o segundo polo brasileiro produtor de suco de laranja, atrás apenas do Estado de São Paulo. Para isso, os estados que possuem uma capacidade de ampliação de área de 500 mil hectares pretendem crescer 50% ao ano, atraindo indústrias como a Brasfrut, que começará a implantação da sua unidade na Bahia a partir do ano que vem, além de manter contatos com a empresa Cutrale e o grupo Fischer que já prometeram uma visita ao parque citricola nordestino, afirmou a Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab).
Atualmente Bahia e Sergipe possuem uma área de produção citricola superior a 110 mil hectares. A expectativa para este ano é de que a área cresça em média 50%, atingindo aproximadamente 160 mil hectares. Segundo a Adab, os estados possuem um projeto em conjunto para incentivar o cultivo de laranja, e a produção de mudas. "A Bahia é o segundo maior produtor nacional, e Sergipe é o terceiro, juntos eles somam 110 mil hectares, e temos uma área de ampliação superior a 500 mil hectares, principalmente na Bahia. E podemos chegar a 600 mil hectares de área plantada. Hoje, nós temos regiões com grande potencial de produção citricola e vamos fomentar ainda mais esse crescimento", garantiu Armando Sá, diretor de Defesa Sanitária Vegetal da Adab.
Segundo o diretor, a parceria entre os estados foi firmada, pois ambos estão livres de pragas que assombram os produtores de São Paulo, como a Diaphorina citri inseto vetor da Huanglongbing (HLB), o Greening, que promove a morte econômica das plantações, diante da deformação e redução do tamanho de frutos, com consequente queda da produtividade. "Diversas ações relevantes já são realizadas para evitar essas pragas como, por exemplo, inspeções fitossanitárias, monitoramento em áreas comerciais, armadilhamento em pontos estratégicos e fiscalização do trânsito de vegetais nas barreiras sanitárias", disse Sá.
Os Estados da Bahia e Sergipe também estão trabalhando em conjunto com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para criar o selo de qualidade "Bahia", que atesta a boa conduta livre de pragas na produção das frutas. "Hoje o consumidor está exigindo mais qualidade, e nós temos isso aqui. Estamos trabalhando com a Embrapa e com o Ministério da Agricultura para que nossas unidades produtoras recebam um certificado de qualidade que vamos criar. Trata-se do selo de qualidade Bahia, que certifica a fruta desde a sua produção, até a chegada na gôndola do mercado", disse.
Para ele, essa qualidade está sendo reconhecida pelos empresários brasileiros, que começam a investir na citricultura dos estados. "As condições dos estados já nos dão uma perspectiva de uma ampliação maciça na produção de cítricos. Nós já sentimos isso na vinda de empresários para cá, principalmente os paulistas."
Fábricas
Com a expectativa de crescimento da produção nordestina, a empresa brasileira Brasfrut foi a primeira a firmar um termo de compromisso com a Bahia, para a instalação da sua fábrica de suco de laranja em Rio Real (BA), região com maior produção de laranjas. "Iremos investir aproximadamente R$ 20 milhões na construção desta fábrica, que pode gerar um faturamento estimado de R$ 2 milhões por mês, com uma e capacidade de produção de 100 mil toneladas por ano de suco", afirmou o diretor da empresa, André Ornelas ao DCI.
A construção da unidade baiana deve começar no início do ano que vem, com prazo de entrega para o segundo semestre de 2013. A empresa já possui distribuidores nos Estados Unidos e Europa.
Armando Sá ainda confirmou que representantes do estado baiano estiveram em São Paulo recentemente para conversar com os presidentes das empresas Cutrale e Fischer. "Estivemos em São Paulo com o secretário da Agricultura da Bahia, Eduardo Salles, e conversamos com os presidentes da Cutrale e da Fischer, que se mostraram bastante interessados. Eles sinalizaram a intenção de vir à Bahia para conhecer as regiões produtoras, e para conversar sobre a instalação de fábricas aqui", disse Sá.
Veículo: DCI