Uma reivindicação antiga do setor de limpeza pode gerar reflexos positivos no bolso do consumidor, protegendo pelo menos os sabões em pó contra a alta do dólar. Na semana passada, os ministros de relações exteriores e de economia e fazenda da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai aprovaram durante reunião do Conselho Mercado Comum (CMC), em Buenos Aires, uma resolução que diminui, por 12 meses, de 10% para 2% o imposto de importação do sulfato de sódio, insumo que corresponde a 30% da composição dos detergentes para roupa.
"A resolução ainda precisa ser regulamentada por resolução da Câmara de Comércio Exterior (Camex), que deve publicá-la nos próximos dias", diz Maria Eugênia Saldanha, diretora-executiva da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins (Abipla), que representa as empresa do setor.
A variação do dólar nos últimos dias, segundo Eugênia, atinge o setor pois há insumos dolarizados usados pelas indústrias de higiene e limpeza. "A maior parte das matérias-primas é 'nacionalizada', mas sempre há uma pressão nos custos", diz a executiva. Embora grande parcela do setor, segundo ela, esteja segurando preços para evitar repasses ao consumidor, os produtos de circulação mais rápida, como detergentes, seriam os primeiros a sofrer aumentos. Por isso, acrescenta ela, a diminuição do imposto, ainda sem data definida para ser iniciada, pode aliviar e muito os preços nos supermercados. O mercado de sabão em pó no Brasil vendeu, no ano passado, 667 milhões de quilos do produto, gerando um faturamento de R$ 3,1 bilhão, um dos maiores dentro do segmento de limpeza caseira. (LC)
Veículo: Valor Econômico