Da pílula do dia seguinte para os dermocosméticos

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Há dois anos, surgiu uma nova tendência no mercado de farmacêuticos: grandes laboratórios começaram a lançar linhas especiais de cosméticos, os chamados dermocosméticos - ou cosmecêuticos - produtos com atividade nas camadas mais profundas da pele, capazes de promover modificações fisiológicas que resultam em melhora de aspecto. 

 

Entre novembro de 2006 e outubro de 2007, os laboratórios lançaram 49 novos produtos dentro desse conceito e 81 novas apresentações - extensão de linhas já existentes. A Mantecorp, que fabrica remédios conhecidos, como o Celestamine e o Diprogenta, lançou a linha New care. O laboratório Aché (do Biofenac e do Tandrilax) fechou no ano passado uma parceria com a alemã Beiersdorf (Nivea), para trazer ao Brasil a marca Eucerin. Na semana passada, a Allergan, fabricante do Botox, e a marca de cosméticos Clinique, anunciaram uma joint venture, para desenvolver e vender cosmecêuticos nos Estados Unidos. 

 

Por aqui, o setor também apresenta novidades: o grupo Cimed, fabricante da pílula do dia seguinte mais vendida no país, está colocando no mercado uma linha de dermocosméticos e outra de HPC, ou seja, higiene pessoal e cosméticos. Além disso, em 2009, o laboratório (que vendeu quase a metade dos quase 9 milhões de pílulas do dia seguinte comercializadas no Brasil entre outubro de 2007), vai lançar outra linha, desta vez de shakes e compostos nutritivos para quem quer emagrecer. 

 

O que leva laboratórios a entrar no setor de cosmética ou no de dermocosméticos é simples: como no Brasil medicamentos têm preço controlado, entrar nessas novas áreas é uma boa maneira de dar mais jogo de cintura ao faturamento. "É uma forma de não depender apenas de um mercado no qual os preços são controlados", diz José Ribeiro Suso Júnior, gerente de novos negócios do Grupo Cimed. E sem controle, as vendas crescem a valer: segundo o instituto Euromonitor, o mercado mais que dobrou nos últimos cinco anos, com faturamento anual acima de R$ 4 bilhões. 

 

Com a nova iniciativa, Suso espera que o faturamento da companhia chegue a R$ 270 milhões de reais em 2009, um crescimento de 23%, com relação a este ano (R$ 220 milhões). O faturamento previsto da linha para 2008 é de R$ 4,5 milhões e a meta é alcançar R$ 35 milhões em um ano. Segundo ele, a participação da linha no grupo no ano que vem será de 13% . 

 

"Quando uma empresa farmacêutica entre nesse ramo ela transfere para a nova marca um 'know how' e uma credibilidade que são muito preciosas e bem vistas pelo consumidor", acredita o executivo. 

 

Além disso, a empresa aproveita o canal de distribuição que já tem com as farmácias para os lançamentos. Em um país com 55 mil farmácias esse é passo estratégico relevante. 

 

Veículo: Valor Econômico


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