O setor supermercadista mineiro prevê retração no segmento em 2009. Os investimentos na área devem diminuir e as vendas no próximo ano devem crescer menos que em 2008. A previsão é de que os negócios aumentem de 3% a 3,5% em relação a este ano, que deve registrar 4,5% de acréscimo frente 2007. Foi o que afirmou, ontem, o presidente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), José Nogueira, durante coletiva concedida na abertura da 22ª Convenção Mineira de Supermercados (Superminas).
De acordo com Nogueira, a crise no sistema financeiro internacional é responsável pela alteração dos planos dos supermercadistas. "Ano que vem, o crescimento do setor será afetado um pouco. Assim como a crise vai impactar o resultado do Produto Interno bruto (PIB), nós também prevemos um pequeno recuo de 1 a 1,5 ponto percentual, acompanhando o PIB nacional", disse.
Conforme já havia adiantado ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, o presidente da Amis voltou a dizer que, com o agravamento da falta de liquidez no mundo, os empresários do segmento deverão adotar uma maior cautela quanto aos investimentos. Ele também reafirmou que devem ocorrer adiamentos de inversões. "A alavancagem de crediário junto aos bancos ficou mais difícil. No momento, estamos vivendo um momento de espera", revelou.
Por outro lado, segundo ele, a curto prazo, o impacto do problema externo nos supermercados mineiros "terá pequeno ou nenhum efeito". Para o Natal, ele garantiu que as estimativas estão mantidas. "O Natal deste ano será muito bom, deve acompanhar o resultado de 2007. Poderia até haver um aumento se a crise não tivesse ocorrido. Mas, comparado a 2007, que foi o melhor Natal dos últimos dez anos, com 8,4% de crescimento frente 2006, teremos um índice equivalente."
Para 2008, o faturamento previsto pelo setor em Minas é da ordem de R$ 12 bilhões, R$ 600 milhões a mais do que o registrado no ano passado. Nogueira ressaltou que o segmento é o menos afetado pela crise em toda a economia, já que a venda no crediário não é o forte do segmento.
Além disso, dezembro é a melhor época para as vendas, quando os negócios são 30% superiores aos demais meses. Quanto aos importados, Nogueira disse que não acredita em aumento nos preços dos produtos para o Natal. "As vendas de importados vêm crescendo nos últimos cinco anos, mesmo quando o dólar estava mais alto. Além disso, as compras para este período foram feitas antes da explosão da crise, com a moeda norte-americana mais baixa", observou.
Pesquisa - O presidente da Amis disse, ainda, que foi realizado um levantamento com as principais empresas do setor (da Capital e também do interior). O resultado da pesquisa revelou que, para o fim do ano, devem ser criados cerca de 5 mil empregos temporários - em 2008, foram contratados cerca de 120 mil funcionários. A projeção de aportes para o segmento, neste ano, varia de R$ 145 milhões e R$ 180 milhões.
A 22ª Convenção Mineira de Supermercados (Superminas) começou ontem e vai até quinta feira, no Expominas, em Belo Horizonte. Para este ano, o evento deve reunir 350 empresas (expositoras e patrocinadoras) e a previsão é que, até quinta-feira, sejam realizados negócios da ordem de R$ 650 milhões. A expectativa é de que nos três dias a Superminas receba 40 mil pessoas, entre supermercadistas e profissionais do setor de todo o Estado.
Veículo: Diário do Comércio - MG