Com o aumento da volatilidade das ações da Hypermarcas , que já acumulam desvalorização de 28,58% no ano, já é possível notar um momento negativo para os papéis segundo o Citigroup, que atribui o fato às mudanças na política comercial da empresa.
A decepção com o resultado do primeiro trimestre, a nova política de preços e as aquisições nos últimos meses evidenciam as transformações em curso, o que levou os analistas Carlos Albano e Márcio Kawassaki a alterarem seu modelo para incorporar o aumento da percepção de risco, e a crescente volatilidade observada nos últimos meses, o que resultou no corte de recomendação para Hold e no preço-alvo das ações, para R$ 20,50.
Dentre as principais mudanças, a Hypermarcas reduziu o prazo médio para pagamento, de 90 para 60 dias, tendo diminuído também os descontos para seus clientes, o que em linhas gerais significa preços mais altos, tendo como justificativa uma perspectiva macroeconômica mais restritiva, pautada pela alta da inflação e das taxas de juros.
Tradicionalmente, os produtos de cuidados pessoais e farmácia são reajustados no início do segundo trimestre, o que leva distribuidores e varejistas a acumularem estoque no final de março. Contudo, a Hypermarcas surpreendeu seus clientes ao adotar a nova política de preços antes que estes realizassem seus pedidos.
Naturalmente, distribuidores e varejistas que pagam mais e com prazo menor repassam quase que instantaneamente seus custos para o consumidor, contribuindo diretamente para a queda de market share observada no resultado do primeiro trimestre - motivo de forte decepção para os analistas.
O resultado decepcionante também expôs que a comunicação é outro ponto de rusga entre a Hypermarcas e os investidores.
Veículo: DCI