As possíveis negociações entre Carrefour e Pão de Açúcar prometem esquentar daqui para frente. Rumores ocorrem em meio a uma sequência de desentendimentos entre os acionistas do Carrefour. Com pouco mais de 14% dos papéis, o magnata francês Bernard Arnault, e o fundo de investimentos Colony, liderado pelo executivo Sebastien Bazin, possuem o controle do grupo. Mas, como a maioria das ações do grupo está pulverizada no mercado, é possível que acionistas minoritários mobilizem os demais para influenciar em decisões estratégicas, criando uma disputa pelo comando.
Foi exatamente isso que aconteceu nos últimos três meses, após o anúncio de que o grupo poderia vender 25% do Carrefour Property, seu braço imobiliário.O investidor Eric Knight, dono de 1,5% das ações da rede, percorreu oito cidades da Europa e dos Estados Unidos em apenas duas semanas para se reunir com 45 acionistas do Carrefour, entre eles a família Defforey, fundadora do grupo, segundo comunicado de 11 de abril. - Knight é um acionista ativista, como são chamados os investidores que querem mudar as decisões das empresas, e conseguiu fazer com que detentores de 20% das ações do Carrefour se comprometessem a votar contra a venda do braço imobiliário.
Outra versão é que o empresário Abílio Diniz, filho do fundador do Grupo Pão de Açucar poderia assumir as operações brasileiras do Carrefour, já que pelo o que tudo indica, a partir de 2012, o grupo francês Casino que hoje detém 50% do controle do grupo, pode assumir o comando da companhia e o filho do fundador ficaria fora do controle da maior rede varejista do País.
Lembrando que em 2005, Diniz tirou toda a sua família do capital do Grupo Pão de Açúcar (seus filhos inclusive) e vendeu 50% do controle da companhia para o grupo varejista francês Casino, com o qual já possuía um acordo acionário desde 1999.
Em carta a rede varejista francesa Casino Guichard Perrachon levantou objeções às discussões da concorrente Carrefour com a família Diniz sobre uma possível fusão com o grupo brasileiro Pão de Açúcar, segundo informações do jornal francês Le Figaro. De acordo com a reportagem, isso ocorre porque o varejista francês controla o Pão de Açúcar em conjunto com a família Diniz e, portanto, qualquer discussão sobre uma fusão deveria incluir o Casino.
Veículo: DCI