A empresa mineira JR Plásticos, especializada na fabricação de caixas plásticas para armazenagem e transporte de produtos de diversos ramos da atividade agrícola, comercial e industrial, há dois anos no mercado, registrou expansão nos negócios ao longo de 2010. O crescimento no faturamento da empresa foi de aproximadamente 55% em relação a 2009. Para este ano, a perspectiva continua positiva, com uma previsão de crescimento entre 20% e 30% frente ao exercício anterior.
Segundo o proprietário da empresa, Lucas Martins Abrão, os bons resultados são fruto do crescimento da economia de forma geral, que tem incentivado a produção agrícola e industrial e fomentando o comércio. Isso faz com que as empresas desses segmentos demandem as caixas plásticas para armazenarem e transportarem seus produtos. Conforme Abrão, a projeção de crescimento menos expressiva neste ano se justifica pela forte expansão verificada nos primeiros anos de operação da empresa.
De acordo com Abrão, a caixa plástica é um produto que está em ascensão, o que atrai investidores para esse ramo. "Quando começamos a concorrência era muito menor. Nos últimos dois anos surgiram muitas novas empresas no mercado. A demanda pelo produto aumentou, mas a oferta dele cresceu ainda mais". Para ele, a concorrência atrapalha os negócios, pois muitas empresas estão oferecendo produtos de qualidade baixa, com matéria-prima mais barata, o que permite praticar preços menores no mercado. "Nosso preço não compete com o dessas empresas, mas prezamos pela qualidade dos nossos produtos e vamos continuar trabalhando assim".
Sazonalidade - Outro fator complicador do negócio é a sazonalidade do produto. Conforme Abrão, o período atual é de baixa nas vendas, enquanto no segundo semestre a demanda pelas caixas plásticas é muito grande. Isso acontece devido ao período de colheita das safras agrícolas de legumes e frutas serem mais intenso nos últimos seis meses do ano e os produtores rurais destes segmentos serem grandes clientes da JR Plástico. Abrão acredita que a proibição do uso de sacolas plásticas no comércio da capital mineira pode incrementar os negócios, mas disse que ainda não sentiu um movimento neste sentido. "A caixa pode substituir a sacola em alguns casos".
Atualmente, a empresa produz cerca de 40 mil caixas por mês em sua fábrica de 1,3 mil metros quadrados na cidade de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), mas nem todo o produto é escoado. "Há formação de estoque para atender a alta na demanda do segundo semestre". Abrão informou que a localização da planta da empresa é estratégica pela proximidade com as Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa Minas) e com a BR-381, o que facilita o escoamento do produto.
A questão logística da empresa funciona de duas maneiras, atendendo a necessidade do cliente. Conforme Abrão, 40% dos produtos comercializados são entregues aos clientes pela frota própria da empresa, composta por dois caminhões. Os 60% restantes o próprio cliente busca na fábrica. "Nossos compradores são, em sua maioria, produtores rurais que possuem caminhões e vêm com freqüência ao Ceasa, então podem facilmente passar na nossa empresa para buscar o produto".
A JR Plásticos gera 15 postos de trabalho. Para Abrão a falta de mão de obra qualificada no mercado é um elemento dificultador na contratação de pessoal para a empresa. A solução que ele busca é o treinamento das pessoas selecionadas dentro da linha de produção. O quadro de funcionários deverá ser ampliado em 20% este ano.
A carga tributária é um grande gargalo enfrentado pela JR Plásticos. Abrão informou que a empresa possui sua própria central de reciclagem de plástico para utilização do material como matéria-prima para as caixas, mas que nem atuando de maneira sustentável no mercado ele recebe incentivo dos órgãos públicos. "Reciclamos muito plástico que iria para o lixo".
Veículo: Diário do Comércio - MG