Empresa mira mercado de moda e aposta na produção de peças melhor acabadas para vencer concorrência.
A Fitedi Têxtil, com sede em Divinópolis, na região Central do Estado, fabricante de peças íntimas, lençóis, cobertores, fraldas, toalhas e cueiros, pretende avançar sobre o mercado de moda e faturar R$ 98 milhões em 2011. Em linhas gerais, a empresa vai produzir peças melhor acabadas. A mudança é uma alternativa para driblar a concorrência com produtos do mercado asiático, principalmente da China, cada vez mais presentes no comércio brasileiro.
De acordo com a diretora comercial da empresa, Renata Araújo Notini, pelo menos R$ 3 milhões serão investidos nos próximos meses na aquisição de maquinário para o desenvolvimento de novos produtos. Segundo Renata Notini, a Fitedi Têxtil, com 76 anos de mercado, pretende ampliar a área de atuação, avançando na produção de itens para consumidores mais exigentes.
"Entendemos que essa é uma forma não só de fugir da concorrência com os chineses, que não conseguem acompanhar a rapidez da produção de itens de moda, mas também de alavancar nosso faturamento. Até então, éramos uma empresa muito conservadora. Agora, pretendemos mudar nosso perfil, agregando novas possibilidades de negócio", disse.
Mesmo com as dificuldades enfrentadas pela indústria têxtil, sobretudo em decorrência da alta importação de produtos asiáticos, Renata Notini estima incremento de 40% na receita de 2011 em relação a 2010, quando a Fitedi faturou R$ 70 milhões. "Estamos certos de que a mudança de perfil nos trará um retorno quase imediato, uma vez que o mercado interno está cada vez mais demandante. Nem mesmo a alta no preço do algodão nos primeiros meses do ano impactou as vendas", disse.
A empresária define o atual momento da companhia como uma fase de "reestruturação". O preço médio dos produtos da Fitedi era de R$ 9. Renata Notini disse que, em breve, a expectativa é de que evolua para R$ 20. Além disso, ela adiantou que a empresa já estuda a criação de uma estamparia digital.
Estabilidade - Mesmo com os investimentos previstos, Renata Notini afirmou que a produção deverá se manter estável, em torno de 400 mil peças por mês. "Na verdade estamos voltados para agregar valor aos nossos produtos. Isso não passa, necessariamente, por um aumento significativo no volume de produção", explicou.
Hoje, a Fitedi gera 800 empregos diretos e novas contratações poderão ser realizadas nos próximos meses, embora ainda não haja definição. Entre os principais clientes da empresa estão grandes redes varejistas como a Pernambucanas e Renner.
Capacitação - Frente à complexidade das transformações pelas quais a empresa pretende passar, Renata Notini disse que a Fitedi Têxtil optou por buscar respaldo técnico junto à Fundação Dom Cabral (FDC), localizada em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A FDC foi ranqueada na 5ª posição entre as 50 melhores escolas de negócios do mundo, de acordo com o Ranking de Educação Executiva 2011 do jornal inglês "Financial Times".
Há dois meses, a Fitedi aderiu ao programa Parceiros para a Excelência (Paex), desenvolvido pela FDC. Através do Paex, a instituição promove um intercâmbio de experiências com base na perspectiva da construção conjunta, de forma que empresas públicas, privadas e do terceiro setor trabalhem, lado a lado, com a instituição e demais organizações parceiras, discutindo modelos de gestão. O objetivo do Paex é auxiliar os empreendedores a colocar em prática ferramentas gerenciais e estratégicas eficientes.
"Este foi um passo muito importante no sentido de embasarmos todas as ideias que temos atualmente em conceitos administrativos sólidos. Além disso, passamos a vivenciar um intercâmbio bastante intenso, acompanhando experiências de outras empresas que já passaram por processos semelhantes ao que estamos vivendo. Dessa forma estaremos crescendo de forma embasada e concreta", avaliou a diretora comercial.
Veículo: Diário do Comércio - MG